O Supremo Tribunal Federal (STF) anunciou a prisão preventiva do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), nesta sexta-feira.
A ordem, emitida pelo ministro Alexandre de Moraes, relaciona-se ao descumprimento de medidas judiciais e obstrução de Justiça por parte do militar. A informação é do G1.
A detenção ocorre na sequência da divulgação, pela revista Veja, de áudios em que Cid critica o ministro Alexandre de Moraes e menciona pressões sofridas por parte da Polícia Federal durante depoimentos. Tais gravações foram tornadas públicas na quinta-feira, 21.
Anteriormente à prisão, o tenente-coronel foi convocado ao STF para prestar esclarecimentos sobre os áudios, em sessão conduzida por um juiz auxiliar do ministro Moraes. Após o depoimento, Cid foi levado ao Instituto Médico Legal pela Polícia Federal.
Nos áudios divulgados, Cid acusa a Polícia Federal e o ministro Moraes de construir uma “narrativa pronta”, questionando a busca pela verdade nas investigações.
Seu advogado, Cezar Bittencourt, descreveu as gravações como um “desabafo” resultante da angústia vivida por Cid em âmbitos pessoal, familiar e profissional, enfatizando que não há questionamento à integridade das instituições envolvidas.
Mauro Cid foi preso inicialmente em maio de 2023, em operação relacionada à falsificação de cartões de vacinação. Após seis meses em detenção e um acordo de colaboração premiada com a Polícia Federal, homologado por Alexandre de Moraes, foi liberado.
Ele contribuiu com informações importantes em investigações contra o ex-presidente Bolsonaro, incluindo tentativas de golpe de Estado pós-eleições de 2022.
Recentemente, Cid foi indiciado junto a Bolsonaro e outros 15 indivíduos por crimes associados à falsificação de cartões de vacinação.