Datafolha e nela a aprovação do governo se manteve estável, porém fica claro que o problema não é apenas entre massas radicalizadas pelo bolsonarismo ou algo que o valha.
A pesquisa mostra que a avaliação negativa cresce diretamente por conta da aprovação positiva, indicando que sim, eleitores que não possuem percepções políticas cristalizadas estão sim descontentes com o governo e que há sim uma massa do eleitorado que o governo pode e deve trabalhar.
Algo parecido quando olhamos os extratos entre os evangélicos, eleitores que avaliaram o governo de maneira regular passaram a avaliar negativamente o governo, isso reforça, inclusive que não é agradando pastores com isenções fiscais e medidas distantes do cotidiano deste público que irão mudar o cenário de maneira favorável ao governo.
Medidas voltadas para questões sociais certamente podem ter muito mais impacto com esse grupo d que o que o governo vem tentando atualmente e que ao concentrar o dialogo entre pastores e não entre os fiéis, acaba por apenas piorar a própria situação.
Porém, se há algum índice que possa mostrar o impacto da comunicação do governo na população, certamente é o que mede a percepção em relação as vitórias e derrotas do governo. 44% acreditam que o governo é mais vitorioso enquanto 42% creem que o governo é menos vitorioso. O governo nos últimos meses logrou diversas conquistas na economia e até mesmo no Congresso Nacional, que hoje é um território hostil ao governo. Mesmo assim, quase metade da sociedade vê o governo como um grande perdedor. É com este número que a comunicação deve se preocupar.
Por fim, é possível perceber que as pessoas ainda estão otimistas com o governo, por isso é incorreto jogar a baixa aprovação do governo na conta do bolsonarismo ou até mesmo dos evangélicos e da doutrinação exercita por seus pastores, quase 50% dos cidadãos acreditam que Lula fará um governo ótimo ou bom daqui para frente.
Isso sinaliza que sim, o governo tem espaço para passar o teto dos 50% de aprovação desde que acerte a sua comunicação, e isso não passa apenas pelo ministro Paulo Pimenta que hoje comanda a Secretaria de Comunicação Social (SECOM), passa principalmente pelos ministros que precisam atuar de forma mais integrada ao governo, mais próximos da sua base, principalmente parlamentar e principalmente: passa pelo governo deixar de gastar energia com pautas que em nada impactam a aprovação mas que consomem espaço de outras iniciativas que poderiam ser mais difundidas.
Os próprios evangélicos se mantiveram com poucas variações e hoje um dos extratos em que Lula mais perde espaço é entre os homens. Para isso, serão necessárias mais análises e informações, porém não basta se comunicar bem, é preciso fazer a informação chegar onde importa e as ações governamentais gerarem impacto na ponta.
A população ainda não teve percepção sobre o impacto de tais medidas. A expectativa positiva está aí para provar que o governo tem espaço para jogar, é só arrumar o time em campo.