A pesquisa Quaest divulgada hoje, com 101 entrevistas realizadas com representantes de fundos de investimento sediados no Rio e São Paulo, traz algumas excelentes notícias para o governo Lula.
A mais importante delas: uma maioria de 53% dos entrevistados acredita na vitória de Lula em 2026, caso ele decida disputar a reeleição.
Importante ressaltar que esse é um público fortemente conservador: as autoridades preferidas dos entrevistados, segundo a mesma pesquisa, são o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas.
Outra boa notícia, para Lula, por razões óbvias, é a lua de mel ainda em curso entre o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o mercado. Para 50% dos entrevistados pela Quaest, o trabalho de Haddad tem sido positivo. Houve uma melhora de 7 pontos em relação à pesquisa anterior, feita em novembro.
O humor dos representantes do mercado também melhorou nos últimos meses. Segundo a pesquisa, o percentual de pessimistas (que achavam que a economia iria piorar), que tinha chegado a 55% em novembro, baixou para 32%; outros 47% dizem que a economia deve “ficar do mesmo jeito” e 21%, que devem melhorar. Como os índices econômicos estão razoáveis, os que acham que deve ficar do mesmo jeito estão sendo otimistas, portanto.
A expectativa para o PIB de 2024 também traz números interessantes para o Brasil. Um terço dos entrevistados acredita que a economia deve crescer este ano acima do esperado pelo mercado, enquanto 58% ainda crêem que o crescimento do PIB deve ficar em linha com a atual expectativa, que é de 1,78%.
Apenas 10% dos entrevistados estão pessimistas e acreditam que o PIB deve crescer abaixo do esperado pelo mercado.
Uma das melhores notícias trazidas pela pesquisa, contudo, é sobre o controle da inflação, um índice absolutamente determinante para a estabilidade da economia e para a aprovação do governo.
Para 46% dos entrevistados, a inflação em 2024 deve cair em relação a 2023, e outros 36% acham que deve se manter semelhante. Apenas 19% acreditam que ela deve aumentar.
Apenas como curiosidade, deixo aqui também um painel com a opinião do mercado sobre qual candidato americano seria melhor para a economia brasileira. Segundo a Quaest, uma forte maioria de 60% dos entrevistados preferem Joe Biden, atual presidente dos EUA, a Donald Trump. Este também é um dado positivo para o governo Lula, cujos representantes se identificam mais com o Partido Democrata do que com o Republicano, embora o presidente Lula e a diplomacia brasileira tenham plena capacidade e talento para se relacionar bem com ambos os partidos. Por outro lado, Jair Bolsonaro e seu grupo tem uma relação de quase fanatismo com Trump, e se o mercado prefere Biden, isso mostra uma divergência de opinião entre mercado e Bolsonaro que beneficia, ainda que indiretamente, o presidente Lula.