Guerra dos chips: inconformado com sucesso da Huawei, EUA quer ampliar sanções tecnológicas contra China

As bandeiras da China e dos EUA são exibidas em uma placa de circuito impresso com chips semicondutores, nesta ilustração tirada em 17 de fevereiro de 2023. REUTERS/Florence Lo/Ilustração.

EUA consideram sancionar rede secreta de fornecimento de chips da Huawei na China

O governo dos Estados Unidos está avaliando a possibilidade de impor sanções a uma rede chinesa de fornecimento de semicondutores ligada à Huawei. Entre as empresas que poderiam ser incluídas na lista negra estão os fabricantes de chips Qingdao Si’En, SwaySure e Shenzhen Pensun Technology, além da ChangXin Memory Technologies (CXMT), principal produtora de memória da China.

Essas entidades chinesas já foram identificadas como instalações de fabricação de chips adquiridas ou em construção pela Huawei, segundo apresentação da Associação da Indústria de Semicondutores (SIA), com sede em Washington. As decisões finais ainda não foram tomadas.

Essa ação do governo dos EUA representaria uma nova escalada na campanha para limitar e controlar as ambições de Pequim no campo da inteligência artificial e dos semicondutores, aumentando a pressão sobre a Huawei. No ano passado, a Huawei apresentou um processador avançado para smartphones 5G, surpreendendo muitos em Washington pela sua capacidade técnica.

A adição de mais empresas chinesas à Lista de Entidades dos EUA impediria essas companhias de explorar brechas nas restrições de exportação de tecnologias de semicondutores, segundo analistas da Jefferies. Além das fabricantes de chips, os EUA podem também sancionar a Shenzhen Pengjin High-Tech Co e a SiCarrier, empresas que fabricam equipamentos para a produção de chips e que supostamente atuam como intermediárias para ajudar a Huawei a obter equipamentos restritos.

Não está claro se o Departamento de Comércio dos EUA, responsável pela lista negra comercial, possui evidências adicionais que ligam as empresas à Huawei. O governo dos EUA tem autoridade para sancionar negócios que representem um risco futuro à sua segurança nacional, sem a necessidade de comprovar atividades ilegais ou prejudiciais passadas.

Representantes das empresas chinesas e do Ministério do Comércio da China não responderam aos pedidos de comentários. O Ministério das Relações Exteriores da China reiterou sua oposição às ações dos EUA que perturbam a ordem do mercado e prejudicam empresas chinesas.

A decisão final dos EUA depende do estado das relações entre Washington e Pequim, que vem tentando melhorar nos últimos meses. A secretária do Tesouro, Janet Yellen, planeja visitar a China novamente em 2024, e há discussões sobre uma ligação telefônica entre o presidente Joe Biden e o líder chinês Xi Jinping.

A Huawei foi adicionada à Lista de Entidades em 2019, o que a impediu de comprar tecnologia americana sem uma licença especial de exportação. Embora as sanções tenham impactado o negócio de smartphones da Huawei, a empresa lançou seu smartphone 5G Mate 60 Pro com um chip de 7 nanômetros fabricado na China.

O novo processador 5G da Huawei foi fabricado pela Semiconductor Manufacturing International Corp (SMIC), mas ainda depende de tecnologia estrangeira, incluindo ferramentas de fornecedores americanos como Applied Materials e Lam Research Corp. O Departamento de Indústria e Segurança (BIS) dos EUA está investigando o chip de 7 nm, e a secretária de Comércio, Gina Raimondo, prometeu ações “o mais fortes possíveis” para proteger a segurança nacional dos EUA.

Com informações do South China Morning Post.

Redação:
Related Post

Privacidade e cookies: Este site utiliza cookies. Ao continuar a usar este site, você concorda com seu uso.