O projeto para a criação de um Museu de Memória e Direitos Humanos no Brasil, anunciado pelo então ministro da Justiça, Flavio Dino, inspirado em um estabelecimento similar em Santiago do Chile, não será mais realizado. Segundo reportagem da TV Globo, a decisão ocorre após considerações sobre a possível geração de atritos com as Forças Armadas.
Durante um evento em Santiago, em setembro de 2023, Dino revelou a intenção de construir o museu para marcar os 60 anos do golpe militar no Brasil, um período ainda sem um espaço dedicado à sua memória no país.
O museu seria um esforço conjunto entre o Ministério da Justiça, que disponibilizaria recursos financeiros, e o Ministério dos Direitos Humanos, que contribuiria com expertise e gestão.
Entretanto, a iniciativa foi descontinuada, refletindo a decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de evitar celebrações ou atos que rememorassem o golpe militar de 1964, como parte de um entendimento não oficial com a cúpula militar.
Este acordo inclui a não celebração da data pelo governo, em troca do mesmo compromisso por parte das Forças Armadas, uma prática que havia sido adotada em gestões anteriores.
A decisão do governo de não avançar com o projeto do museu e de cancelar eventos relacionados ao aniversário do golpe militar gerou reações diversas.
Enquanto alguns membros do Partido dos Trabalhadores (PT) e entidades de vítimas da ditadura expressaram descontentamento, figuras como o ex-vice de Bolsonaro e senador Hamilton Mourão apoiaram a medida, sugerindo a importância de olhar para o futuro em vez de revisitar o passado.
O presidente Lula tem buscado fortalecer as relações com as Forças Armadas por meio de várias iniciativas, incluindo reuniões frequentes e investimentos em projetos voltados para o setor militar, visando manter a harmonia e o foco em desafios contemporâneos, como os eventos de 8 de janeiro de 2023.
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