A equipe jurídica de Ronnie Lessa, ex-policial militar e réu confesso nos assassinatos de Marielle Franco, vereadora do Psol-RJ, e do motorista Anderson Gomes, anunciou sua retirada do caso nesta quarta-feira, 20.
A decisão ocorre um dia após o ministro da Justiça e Segurança Pública revelar a homologação da delação premiada de Lessa por Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), relacionada ao inquérito que investiga o duplo homicídio.
O escritório de advocacia que representava Lessa em 12 processos distintos envolvendo o ex-policial expressou, por meio de uma nota, que não presta serviços para clientes que optam pela delação premiada, citando uma “ideologia jurídica” como motivo.
Os advogados Fernando Santana e Bruno Castro declararam a iminente renúncia ao mandato em todos os processos nos quais representam Lessa, conforme informações do G1.
Lessa, por sua vez, teria detalhado a execução do crime e identificado os contratantes durante sua delação premiada, apontando para a participação de um grupo político de destaque no Rio de Janeiro.
O deputado federal Chiquinho Brazão (União Brasil-RJ) foi mencionado como envolvido, levando a delação a ser encaminhada ao STF. Brazão é irmão de Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE-RJ), apontado como mandante do crime segundo o site Intercept Brasil.