Gaza Strip, 20 de março de 2024 – A situação em Gaza está se tornando cada vez mais desesperadora, com cerca de 1,1 milhão de pessoas enfrentando uma insegurança alimentar catastrófica. A atual análise sobre a insegurança alimentar do Índice de Preços ao Consumidor (IPC), realizada em dezembro de 2023, alertou para os riscos de fome iminente até o final de maio deste ano, caso as hostilidades não cessem e o acesso aos suprimentos essenciais não seja garantido. No entanto, desde então, poucos esforços foram feitos para atender a essas necessidades indispensáveis, e a fome agora é iminente.
A província do norte de Gaza, além da própria Gaza, está classificada na Fase 5 do IPC, conhecida como Fase de Fome, com cerca de 210 mil pessoas, o equivalente a 70% da população afetada. A continuidade do conflito e a quase total falta de acesso a essas áreas por parte das organizações humanitárias e dos caminhões comerciais têm agravado ainda mais a situação, dificultando o acesso a alimentos, cuidados médicos, água e saneamento básico. O limite para a insegurança alimentar aguda já foi excedido, e os números recentes mostram um aumento acentuado nos casos de desnutrição aguda, indicando que o limiar para a fome também foi ultrapassado.
As províncias do sul de Deir al-Balah e Khan Younis, além de Rafah, estão classificadas como Fase 4 do IPC, representando uma situação de emergência alimentar. Entretanto, essas regiões enfrentam um risco iminente de fome até julho de 2024, caso a situação permaneça inalterada.
A situação de insegurança alimentar atinge toda a população de Gaza, composta por 2,23 milhões de pessoas, com altos níveis de privação. Entre março e julho, ainda sob as condições mais prováveis e considerando uma possível escalada do conflito, incluindo uma ofensiva terrestre em Rafah, espera-se que metade da população de Gaza, cerca de 1,11 milhão de pessoas, enfrente condições catastróficas de insegurança alimentar aguda (Fase 5 do IPC), o nível mais grave na escala de classificação. Isso representa um aumento de 530.000 pessoas em comparação com a análise anterior, um aumento alarmante de 92%.
É difícil ignorar que esses números revelam um crime humanitário que está ocorrendo sob nossos olhos. A população de Gaza está merecidamente indignada, enquanto Israel continua a ignorar suas necessidades básicas e essenciais. A demanda por uma intervenção imediata é urgente, pois se trata de vidas humanas que estão em risco. É imperativo que a comunidade internacional pressione o Estado de Israel para cessar as hostilidades e garantir o acesso sustentado aos suprimentos e serviços essenciais.
A situação atual em Gaza clama por ação. Não podemos permitir que uma fome catastrófica ocorra diante de nossos olhos. É crucial lembrar que essas são pessoas reais, com vidas e sonhos, que estão enfrentando uma crise humanitária sem precedentes. A fome em Gaza é um crime que a comunidade internacional não pode permitir. É hora de agir, de denunciar e de fornecer a assistência necessária para evitar uma catástrofe iminente.
Fontes: IPC Info
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