Funcionários da Caixa Econômica Federal expressaram preocupação com a possibilidade de uma privatização não declarada por parte da nova direção do banco.
Segundo a reportagem da jornalista Heloísa Vilela, no ICL Notícias, há planos para transferir operações chave, como loterias e cartões de crédito, para subsidiárias, com a intenção de eventualmente vendê-las.
Esta estratégia poderia afetar programas sociais financiados pelas loterias, que em 2023 arrecadaram R$ 23,4 bilhões, dos quais R$ 9,2 bilhões foram destinados a programas do governo federal em várias áreas.
A transferência da gestão das loterias para a subsidiária Caixa Loterias S.A., proposta pela administração da Caixa, é vista pelos funcionários como uma forma de privatização velada, uma vez que a venda de uma subsidiária não requer aprovação do Congresso Nacional.
A preocupação é que essa mudança possa converter recursos destinados a programas sociais em lucros para futuros proprietários privados.
A Caixa, um monopólio estatal desde 1962, tem desempenhado um papel social significativo através da administração das loterias.
A Federação Nacional das Associações de Gestores da Caixa (FENAG) solicitou esclarecimentos sobre a mudança, questionando a velocidade e a transparência do processo.
Além disso, a influência do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), na administração do banco e em áreas de interesse específico, como as apostas esportivas eletrônicas, tem sido notável.
Esta influência resultou na substituição de um assessor especial responsável pela regulamentação das apostas, destacando o poder de Lira sobre decisões estratégicas na Caixa.
A situação levanta questões sobre a futura gestão de recursos significativos que beneficiam a sociedade brasileira e a manutenção da integridade de instituições públicas frente a interesses privados.