Em uma nova fase das investigações sobre a tentativa de golpe de Estado que culminou na invasão aos Três Poderes em Brasília, em 8 de janeiro do ano passado, a Polícia Federal (PF) direciona sua atenção ao general Walter Braga Neto.
Segundo informações da colunista Malu Gaspar, do jornal O Globo, enquanto o papel de Jair Bolsonaro já parece delineado para os investigadores, é Braga Neto quem agora emerge como figura central nas apurações sobre a coordenação e financiamento dos ataques.
Detalhes revelados pelos ex-comandantes da Aeronáutica, brigadeiro Carlos Almeida Baptista Júnior, e do Exército, general Marco Antônio Freire Gomes, contribuíram para aprofundar o entendimento dos eventos que levaram à crise de 8 de janeiro.
A participação de Braga Neto, que foi vice na chapa de Bolsonaro nas eleições, ganha contornos de especial interesse para os investigadores, em especial seu envolvimento na mobilização e possível financiamento das ações desestabilizadoras.
Uma troca de mensagens entre Braga Neto e um assessor de Bolsonaro, datada de 27 de dezembro de 2022, indica que ainda havia esforços sendo feitos para impedir a posse do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva.
Essa e outras evidências levam a PF a considerar a possibilidade de Braga Neto estar envolvido não apenas na articulação das ações de 8 de janeiro, mas também na coordenação de milícias digitais e na captação de recursos para o movimento.
Elementos relacionados a essas questões estão sendo transferidos para um inquérito conduzido pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), focado nas milícias digitais e suas atividades subversivas.
A investigação se aprofunda com a análise de materiais apreendidos, incluindo informações do computador de Braga Neto na sede do Partido Liberal (PL), buscando consolidar a rede de conexões e financiadores por trás dos atos que desafiaram a democracia brasileira.