A Rede Globo orientou a jornalista Silvana Ramiro, apresentadora de telejornais locais no Rio de Janeiro, a remover uma postagem em suas redes sociais nesta quarta-feira, 13, após a divulgação de sua participação em um treinamento de comunicação para funcionários de um banco privado.
Segundo informações da coluna Splash, no UOL, a emissora confirmou a reprimenda, destacando sua política estrita contra atividades extras de seus jornalistas que possam implicar em relações profissionais com marcas.
Vale ressaltar que este incidente não é isolado. A Globo tem histórico de advertir ou até mesmo desligar jornalistas por violações dessa norma interna.
Lívia Torres, por exemplo, foi demitida após participar de um evento da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), destacando a severidade com que a emissora trata essa política de exclusividade, que além de ser ultrapassada em tempos de internet, funciona como um aprisionamento do profissional.
A política da Globo visa preservar uma suposta “isenção jornalística”, proibindo explicitamente seus contratados de se associarem profissionalmente com marcas ou empresas.
Outros jornalistas, como Flávio Fachel, Ana Luiza Guimarães, Rodrigo Bocardi e Mônica Waldvogel, também já receberam advertências por práticas semelhantes.
Além do caso de Ramiro, a coluna Splash obteve informações sobre a remuneração dessas atividades externas, que podem variar entre R$ 15 mil e R$ 50 mil.
A necessidade desses trabalhos extras é frequentemente justificada pelos profissionais devido aos baixos salários oferecidos pela emissora, que já resultou na saída de vários jornalistas renomados.
A discussão sobre a liberação para tais atividades não parece ganhar espaço entre a alta direção da Globo, que mantém sua posição de proibir qualquer envolvimento que possa afetar a suposta neutralidade de seu jornalismo.