O jornal Folha de S. Paulo recentemente publicou um editorial sobre a gestão e os objetivos da Petrobras no terceiro governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O texto do veículo critica a posição do chefe de estado brasileiro, que defendeu que a estatal deve priorizar o interesse dos 200 milhões de brasileiros, em vez de focar exclusivamente nos retornos imediatos aos acionistas minoritários.
Segundo o editorial da Folha, a empresa “surpreendeu o mercado” na última semana ao anunciar que limitaria a distribuição de dividendos de 2023 ao mínimo obrigatório.
Essa decisão, de acordo com o jornal, alinha-se às preferências do governo atual por mais investimentos na estatal, mas que teria contrariado recomendações da diretoria da Petrobras, comandada pelo presidente da empresa, Jean Paul Prates, indicado pelo próprio Lula.
Vale lembrar que durante uma entrevista ao SBT, o presidente Lula expressou a visão de que a Petrobras não deve atender apenas aos seus acionistas, mas também considerar os interesses dos “200 milhões de brasileiros que são donos dessa empresa“.
Na visão viralatista e contaminada da Folha, as declarações de Lula sinalizaram que o governo pretende impor sua agenda “política e ideológica” na administração da Petrobras, reacendendo debates sobre a orientação estratégica da empresa.
Ora, se o governo detém a maior fatia das ações da empresa, quase 40%, nada mais natural que a agenda do próprio governo seja prioritária para o futuro da empresa. É assim que as coisas funcionam, inclusive na iniciativa privada, a quem o jornal pertence.
Portanto, a estratégia do governo Lula em usar os lucros da petrolífera para o reinvestimento, fazendo com que a Petrobras inicie a transição para se transformar em uma empresa de energia renovável, por exemplo, é ambiciosa, correta e desenvolvimentista, pensando a médio e longo prazo.
O editorial também menciona o modelo de gestão defendido por Lula, que visa alinhar a Petrobras com sua missão histórica de garantir o abastecimento do mercado brasileiro, mantendo preços competitivos e uma rentabilidade satisfatória para os acionistas, afastando de vez a política predatória do grande capital, que durante os governos de Temer e Bolsonaro entupiram suas contas de dinheiro as custas do desfinanciamento da Petrobras.
Para completar a condição de porta-voz dos interesses de acionistas minoritários, a Folha usa como referência de “boa gestão” o modelo implementado após a derrubada da presidente Dilma em 2016, sob o governo de Michel Temer, que nomeou Pedro Parente para a presidência da empresa.
É bom lembrar que a gestão de Parente foi responsável pela implementação da PPI, que garantiu lucros exorbitantes as custas do povo brasileiro entre 2016 e 2022.
carlos
08/04/2024 - 14h53
Mudando, um pouquinho a prosa, esse banco itaú, e o governo tarcisio de freitas sao uma quadrilha de ladrao, vagabundos o que eu tenho a ver com a educaçao, de sao paulo, pagando pra educaçao quase 20 reais por todo durante 12 meses pra esses ladroes mas eu vou entrar com um processo contra essa corja de sao paulo,eu moro em fortaleza.
Jhonny
14/03/2024 - 18h53
Eu acho que este site por ser financiados com dinheiro publico (por tanto meu tambem) deveria postar todos os comentarios e nao sò os que interessam…
Alexandre Neres
14/03/2024 - 15h40
É, meu caro Gabriel, não tá fácil.
Após o carnagado na Paulista, a extrema-direita unificou a tropa. Depois disso, saiu uma séria de pesquisas constatando uma baixa paulatina na aprovação do governo.
A direita neolibelelê, composta sobretudo pela mídia sabuja do Ocidente, passou a atacar o governo recorrentemente, seja por defender Israel, seja por não querer ser reonerada, seja por querer distribuir dividendos ingentes aos acionistas minoritários da Petrobras, sempre em consonância com o deus-mercado. Um “calunista” dia desses teve o despudor de dizer que o mercado expressa a opinião pública (talvez a publicada). Os jornalões em uníssono costumam dizer que Lula não governa para uma frente ampla, mas só para a esquerda.
Entrementes, boa parte dos que compõe o espectro progressista diz que o governo é de direita, querendo que o governo, por exemplo, revogue a reforma trabalhista. Se o fizer, vai ter uma nova votação, e o Congresso vai derrotar o governo por ampla margem, denotando um sinal de fraqueza de Lula. Se Lula fizer esse enfrentamento, que muita vez é necessário, vai tornar a relação com o Congresso mais conflituosa e terá dificuldade para aprovar suas matérias, fazendo com que o governo não consiga adotar suas pautas e não consiga realizar grande parte do que prometera. Isso abrirá caminho para que a extrema-direita ressurja ainda mais forte. Além disso, é cediço que a especialidade de Lula é ser conciliador, sabe transitar em cenários muita vez adversos e consegue obter nessa conjuntura o máximo possível. Lula não conseguirá adotar nessa altura do campeonato um novo figurino, embora algumas vezes gostaria de vê-lo agindo assim.
As críticas devem ser feitas, sem sombra de dúvidas, mas dentro da razoabilidade, observando-se o cenário tempestuoso à volta. Só quem consegue mobilizar hoje dentro de uma polarização assimétrica e que encontra eco ao propor uma revolução despropositada é a extrema-direita, já um governo reformista, que busca melhoras dentro do jogo da política com todas as suas condicionantes, costuma levar pau de todo lado.