Mais de 87% dos fertilizantes utilizados no Brasil são adquiridos através de importações, representando um custo anual de aproximadamente 25 bilhões de dólares, conforme informações do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).
Essa situação expõe o país a vulnerabilidades diante de instabilidades no mercado internacional, como evidenciado por recentes conflitos que afetaram os principais fornecedores, incluindo as tensões entre Rússia e Ucrânia, além dos embates no Oriente Médio envolvendo Israel e Hamas.
O Brasil, sendo o quarto maior consumidor global de fertilizantes, enfrenta uma pressão adicional devido à insuficiência de nutrientes em seu solo, o que demanda um uso intensivo desses insumos para manter a produtividade agrícola.
Essa realidade tem impactos significativos na economia do país, com a agropecuária contribuindo com aproximadamente 47,5% do crescimento do PIB em 2023, segundo dados da Confederação da Agricultura e Pecuária (CNA), e alcançando exportações recordes.
Em resposta a essa dependência crítica, o Congresso Nacional está avaliando o projeto de lei 3507/2021, proposto pelo ex-deputado e atual senador Laércio Oliveira (PP-SE), que visa estimular a produção nacional de fertilizantes através do Programa de Desenvolvimento da Indústria de Fertilizantes (Profert).
O programa propõe benefícios fiscais para atrair investimentos no setor, incluindo a isenção de tributos federais para equipamentos e materiais de construção destinados a projetos de fertilizantes.
A indústria de fertilizantes no Brasil representa cerca de 2,2% do PIB do agronegócio, contribuindo significativamente para a economia e gerando mais de 28 mil empregos diretos e indiretos.
A aprovação do Profert é vista como um passo crucial para diminuir a vulnerabilidade do Brasil frente aos desafios do mercado global de fertilizantes.
Crédito/Foto: Getty Images