No segundo ano de mandato do presidente Donald Trump, a CIA foi autorizada a iniciar uma campanha oculta e suja nas redes sociais chinesas visando alterar a percepção pública na China contra o governo de Xi Jinping.
Fontes próximas à Agência Central de Inteligência, conforme reportagem da agência Reuters, detalharam a formação de uma equipe de agentes que, sob anonimato na internet, disseminavam narrativas adversas ao governo chinês e divulgavam informações prejudiciais através de veículos de imprensa internacionais.
A operação destacou-se pelo vazamento de alegações indicando que integrantes do Partido Comunista Chinês ocultavam fundos ilícitos no exterior e criticava a Nova Rota da Seda por ser “corrupta e esbanjadora“.
Esta iniciativa buscava, entre outros objetivos, induzir uma atmosfera de desconfiança entre os líderes chineses, levando o governo a alocar recursos na busca por supostas intrusões cibernéticas.
Não foi possível apurar o impacto direto dessas operações secretas nem se a administração do presidente Joe Biden deu continuidade ao programa. Contudo, historiadores apontam que ordens presidenciais para ações secretas da CIA frequentemente transcendem mandatos presidenciais.
A autorização em 2019 para a campanha contra a China marcou uma expansão significativa dos poderes da CIA, permitindo operações não apenas na China, mas também globalmente, onde os interesses de Pequim e Washington colidem. A estratégia visava também influenciar a opinião pública em regiões como o Sudeste Asiático, África e Pacífico Sul.
A prática de campanhas de propaganda secreta não é nova e remonta à Guerra Fria, exemplificada por operações da CIA destinadas a enfraquecer a então União Soviética. Um exemplo curioso dessa época inclui a publicação de uma revista astrológica na Alemanha Oriental com previsões negativas sobre líderes comunistas.
A iniciativa contra a China foi uma resposta aos esforços contínuos de Pequim para expandir sua influência globalmente. Em resposta às revelações, um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China acusou o governo dos EUA de utilizar o espaço público e mídias como ferramentas para disseminar desinformação e manipular a opinião pública internacional.
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