Um editorial publicado pelo jornal O Globo nesta quarta-feira intitulado “Lula mina a confiança no Brasil” trouxe críticas à intervenção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na gestão da Petrobras.
Segundo o texto, tal intervenção estaria supostamente afetando negativamente a credibilidade do mercado e prejudicando o desenvolvimento econômico do país.
O editorial argumenta que as ações do presidente contrariam as expectativas do mercado em relação à distribuição de dividendos pela Petrobras.
A peça editorial aponta que, desde 2021, a empresa adotou uma política de distribuição de dividendos extraordinários, aumentando as expectativas dos acionistas.
Recentemente, porém, a Petrobras anunciou que apenas os dividendos ordinários seriam pagos, sem os extraordinários, uma decisão influenciada, segundo o jornal, pela visão do presidente Lula, que vê a empresa estatal como um instrumento de política pública.
O Globo também critica a posição do governo de não priorizar a distribuição de lucros extraordinários aos acionistas e de retomar investimentos em refino, interpretando essas ações como prejudiciais ao valor da empresa e à credibilidade do capitalismo brasileiro.
O editorial sugere que tais medidas representam um modelo econômico que não favorece o desenvolvimento sustentado do Brasil.
“Desde 2021, a Petrobras distribui entre os acionistas uma fatia extra dos lucros quando obtém bons resultados, os dividendos extraordinários. A expectativa de que voltassem a ser distribuídos neste ano alavancou as ações”, disparou o editorialista.
“O presidente da petroleira, Jean Paul Prates, defendia a distribuição de 50% do resultado extraordinário em dividendos, mas tal visão não prevaleceu no Conselho. Na semana passada, a Petrobras comunicou que pagaria apenas dividendos ordinários, mas nada de dividendo extraordinário”, emendou.
Cézar
13/03/2024 - 12h28
Vejo a administração Lula titubeante ou, até mesmo omissa, no enfrentamento da guerra hibrida das comunicações. Parece-me que Lula está jogando todas as suas fichas em seu poder pessoal de “encantamento” de massas e no seu profícuo trabalho hodierno, posto que sabemos ser Lula um grande trabalhador, nacionalista e amante do povo brasileiro. Todavia, tudo muda e, ainda que indesejável e repugnante a luz de uma análise crítica, estamos vivenciando a era da notícia falsa (fake news), da “lacração” e de todas essas facetas que a tecnologia disponibiliza, principalmente para os mais jovens, para quem pouco ou nada importa o resultado concreto do esforço do poder público ou debates aprofundados sobre os temas que afetam a vida nacional. O que importa para a turma que está chegando para decidir os rumos da nação é o imediatismo, o midiático e a visualização impactante rasteira. Veja o recente caso da Petrobras: ano passado o Conselho de Administração da empresa havia decidido que o dividend yield seria no máximo de 45%, portanto, não teve surpresa, novidade ou arapuca para nenhum investidor atento e que se dá ao trabalho de busca no RI dos sítios (sites) das empresas, porque o pagamento de proventos já estava PRECIFICADO (na linguagem do mercado). Contudo, os tubarões da B3 fizeram espuma na mídia vendida e os otários de sempre (pequenos investidores) saíram vendendo suas ações, sob a orientação das corretoras, por quê? Simples, de um lado bancos e poderosos fundos manipulam o mercado de ações para comprar na baixa e vendê-las na alta, tudo isso com a ajuda da mídia vendida. De outro lado, as corretoras e a própria Bolsa de Valores (B3), também faturam bilhões, porque as corretoras e a B3 ganham tanto mais, quanto maior forem as operações de compra e venda. Existe ainda a malandragem do ALUGUEL DE AÇÕES que distorce o mercado com operações de manipulação. De outra banda, se os acionistas ficarem estáticos, aguardando só os proventos de dividend yield nas datas de pagamentos definidos pelas empresas ou, de outra forma, os investidores optarem por aplicação a longo prazo, pior será para corretoras e a B3, que não ganharão com as sucessivas e intermináveis operações de compra e venda diárias. Além disso, frise-se que tanto pela lei de mercado como pela lei de regência das S/A, o acionista majoritário (governo no caso das estatais, quando acionista majoritário) tem o direito de decidir os rumos da empresa. A TAESA, Klabin, Bradesco etc já fizeram movimentos semelhantes (desdobro de ações, redução de dividendos, aumento de investimentos com redução de dividend yield etc), o mesmo que a Petrobras fez e a única coisa que o mercado fez foi ter desconfiança e reduzir as operações. Não houve esse estardalhaço que se presencia nos dias atuais em relação a Petrobras. Na manobra dos tubarões do mercado de ações, em pouquíssimos dias tem gente ganhando bilhões, porque já ontem as ações da Petrobras subiram 3,2% e vai voltar ao seu preço normal em breve. Logo, quem ganha com isso (6% em alguns dias): os tubarões da B3 (bancos/fundos), que compram a mídia e induzem os incautos entrarem em pânico, vendendo desenfreadamente suas posições. As corretoras e a própria B3 também ganham. Entretanto, ninguém da administração Lula colocou isso claramente, ao contrário, deram declarações desencontradas e fizeram reuniões intermináveis com Lula (3h e 30 minutos), tudo isso só para dar munição para a mídia vendida e aos tubarões da B3 (bancos, fundos etc). Em igual sentido, vemos os grandes e bons feitos da atual administração que, em apenas um ano e dois meses, produziu resultados fabulosos diante das circunstâncias desfavoráveis, nas quais a coisa pública foi entregue, mas cuja reverberação foi pífia, esquecendo-se que a alma do negócio é propaganda. De início, não foi feito uma auditoria mínima para dizer como os cofres públicos e a administração foram entregues em estado de petição de miséria, a fim de se ter um atestado de origem, divulgando os malfeitos da administração pretérita para, ao depois, provar o que foi feito de bom pela atual administração em comparação com o antigo “desgoverno”. Em posição contrária, porém efetiva, a extrema-direita consegue fazer maremoto em copo d’água a ponto de Lula perder pontos em pesquisa de opinião recente. Será preciso desenhar para entender o que está ocorrendo? Findo aqui, relembrando os dizeres de Ulisses Guimarães: “no Brasil a versão vale mais do que o fato” e a malandragem de Joseph Goebbels: “uma mentira repetida mil vezes, torna-se verdade”