O Irã anunciou que suas exportações de petróleo bruto alcançaram os níveis mais altos dos últimos cinco anos, superando as restrições impostas pelas sanções americanas ao setor energético do país.
O ministro do Petróleo iraniano, Javad Owji, declarou que a produção na província de Khuzistão aumentou de 1,7 milhões para 2,7 milhões de barris por dia desde o início da atual administração. Com isso, o país do Oriente Médio se torna o maior exportador de petróleo do planeta.
Além do aumento na produção de petróleo, Owji destacou um crescimento de cinco por cento na produção de gás natural do país.
Esse avanço foi possível graças à expansão da capacidade produtiva das refinarias iranianas, impulsionada por projetos desenvolvidos por especialistas locais, em um momento em que várias empresas estrangeiras se retiraram do Irã devido às sanções impostas pelos Estados Unidos.
Owji fez essas observações durante a cerimônia de assinatura de um contrato para um projeto de aumento de pressão no campo de gás de South Pars, enfatizando a resiliência do setor frente às adversidades.
“As sanções não impediram o crescimento do nosso desenvolvimento”, afirmou o ministro.
Ele também salientou o desempenho econômico excepcional do setor de petróleo e gás, com um crescimento superior a 20% em cada um dos três primeiros meses do ano solar islâmico de 1402 (de 21 de março de 2023 a 19 de março de 2024), questionando a eficácia das sanções no impedimento do progresso iraniano.
“Se examinarmos os últimos 40 anos, em que ano o Ministério do Petróleo informou que o crescimento econômico do petróleo e do gás foi superior a 20% em cada trimestre? O nosso crescimento econômico no primeiro, segundo e terceiro meses de 1402 [solar ano islâmico de 21 de março de 2023 a 19 de março de 2024] foi superior a 20%. Vamos julgar agora: o embargo atrapalhou nosso crescimento?”, questionou.
Em resposta a perguntas sobre o potencial impacto do retorno de Donald Trump à presidência dos EUA, Owji minimizou as preocupações, mencionando contratos estratégicos assinados com grandes empresas russas e o avanço na operação de campos petrolíferos que adicionaram 20 mil barris à produção diária do Irã.
“Neste governo assinamos bons contratos com poderosas empresas russas e alguns campos foram colocados em operação. Vinte mil barris da nossa produção são provenientes dos campos com os quais temos contratos. Alguns outros campos também estão na agenda da petroleira, que está encerrando as negociações”, explicou.
Durante o mandato de Trump, o Irã enfrentou a reimposição de severas sanções após a saída dos EUA do acordo nuclear em maio de 2018, apesar do cumprimento por parte do Irã das condições estipuladas no Plano de Ação Global Conjunto (JCPOA).
O objetivo de Washington era diminuir as exportações de petróleo iranianas para quase zero, uma estratégia que Teerã repetidamente denunciou como “guerra econômica” e “terrorismo econômico”.
Com informações do The Cradle
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