A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do senado que tem como objetivo investigar os impactos da exploração de sal-gema pela Braskem em Maceió (AL) mal iniciou os trabalhos e o clima, segundo membros do colegiado, é de que a CPI acabará em pizza.
Com os trabalhos iniciados na última terça-feira (5), a comissão iniciou as investigações ouvindo especialistas que acompanham a situação que atingiu cinco bairros da capital alagoana e culminou com o colapso da Mina 18.
A CPI encontrou forte oposição do governo através do próprio presidente Lula e também do ministro Rui Costa (Casa Civil) e do senador Jaques Wagner (PT), que fizeram todo o possível para que o colegiado proposto pelo senador Renan Calheiros (MDB) não atingisse o número de assinaturas necessárias para a sua instalação, porém, com o colegiado instalado, houve outro revés: numa articulação do governo federal, Renan Calheiros que é de Alagoas e inimigo do deputado alagoano Arthur Lira (PP), foi preterido da relatoria.
Há quem acuse a “República do Acarajé” (apelido de tom jocoso dado aos políticos do PT baiano e que possuem influência no governo federal) de ser a principal responsável pelo possível fiasco da CPI que poderia acabar sem qualquer indiciamento, mesmo as evidências sobre o caso se apresentarem aos montes pela cidade de Maceió e seus bairros afetados.
Segundo um parlamentar envolvido nas investigações, “a CPI da Braskem tem tudo para ser uma nova CPI da Americanas”.