Com o anúncio da montadora japonesa, que contou com a presença do ministro Geraldo Alckmin, o investimento do setor no país nos próximos anos alcança R$ 65 bilhões
O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, participou, nesta terça-feira (5), do anúncio de R$ 11 bilhões de investimentos da Toyota no Brasil até 2030, sendo R$ 5 bilhões até 2026. Em cerimônia em Sorocaba (SP), cidade paulista onde a empresa tem fábrica, a montadora japonesa apresentou a plano de expansão da capacidade produtiva de veículos e motores e o lançamento de novos veículos com tecnologia híbrida.
“É um investimento importante”, destacou o ministro Alckmin, ao comentar o anúncio da montadora, que está há 66 anos no Brasil. “A Toyota é a maior montadora do mundo e é a campeã na eletrificação. E é a campeã também nos híbridos flex. Eu acho que esse é o diferencial brasileiro. Você ter carro eletrificado, mas ter também o flex. Acho que vai ser um grande sucesso, e é um investimento importante. Mostra a confiança no Brasil”, avaliou o vice-presidente.
De acordo com Alckmin, a melhora do ambiente econômico brasileiro, a reforma tributária e o lançamento da Nova Indústria Brasil (NIB) resultam em um cenário brasileiro positivo para a atração de investimentos para o Brasil. “É uma somatória de esforços. E o Brasil está vivendo um momento que eu acho que é importante. A gente percebe vários anúncios de investimentos. Estamos confiantes de que nós vamos ter um crescimento na indústria esse ano”, disse.
O ministro destacou, ainda, que a descarbonização do setor automotivo, em linha com o anúncio da montadora, ganha força com o programa Mobilidade Verde e Inovação (Mover), que deve ser regulamentado até o final deste mês. “São R$ 3,5 bilhões para estimular a inovação, a descarbonização e a exportação. Queremos uma indústria exportadora, como é a Toyota. 40% da sua produção é exportação e descarbonização. E São Paulo ainda tem um diferencial que é o etanol, então você vai poder fazer hidrogênio de baixo carbono através do etanol, que é outro diferencial aqui”, explicou o ministro.
Expansão da operação no Brasil
O CEO da Toyota para América Latina e Caribe, Rafael Chang, ressaltou que esse é o “maior plano de investimentos da Toyota no Brasil” e destacou que a NIB traz novas diretrizes para uma efetiva reindustrialização verde do Brasil. “Faço uma pausa para parabenizar o nosso vice-presidente e ministro do MDIC, a secretário Uallace Moreira (SDIC/MDIC) e a toda sua equipe por sua visão estratégica e discernimento ao considerar, nas novas políticas industriais, a relevância para o país do desenvolvimento da produção de carro de novas tecnologias automotivas, tais qual híbrida flex”, destacou o CEO, que contou que a primeira fábrica da Toyota fora do Japão foi no Brasil.
Com o investimento de R$ 11 bilhões, a Toyota anunciou a execução das obras de expansão do polo de produção de veículos híbridos flex, em Sorocaba, que começará em abril deste ano. Além disso, serão produzidos novos modelos híbridos, promovendo a descarbonização do setor automotivo com tecnologias elétricas.
Alinhado à Nova Indústria Brasil, o investimento prevê, ainda, o adensamento de cadeia produtiva, com produção de peças, componentes e sistemas de tecnologia de ponta no Brasil. A expectativa da montadora é que sejam gerados mais de dois mil empregos diretos até 2030. Somando também os indiretos, o número de novos postos de trabalho podem bater os 10 mil em 2030.
Setor aquecido
Com os anúncios recentes, o investimento do setor automotivo no Brasil chega a R$ 65,5 bilhões, até 2033. No mês passado, a Volkswagen anunciou um aporte de R$ 9 bilhões no país até 2028, com foco em descarbonização, para lançar 16 novos veículos, incluindo modelos híbridos, 100% elétricos e total flex – o valor se soma a outros R$ 7 bilhões que já haviam sido anunciados pela montadora em 2022. Num primeiro momento, o novo investimento contempla o desenvolvimento e a produção de projetos inovadores para as quatro fábricas da empresa do Brasil.
Os novos investimentos se conectam a iniciativas de reindustrialização que têm norteado a gestão do Governo Federal, a exemplo de programas como Nova Indústria Brasil e Novo PAC, e se somam a investimentos recentes anunciados por outras montadoras, como a General Motors, BYD e Hyundai.
Toyota – R$ 11 bilhões (2024/2030)
General Motors – R$ 7 bilhões (2024/28)
Volkswagen – R$ 16 bilhões (2022/28)
Renault – R$ 5,1 bilhões (2021/27)
Nissan – R$ 2,8 bilhões (2023/25)
CAOA – R$ 4,5 bilhões (2021/28)
BYD – R$ 3 bilhões (2024/30)
GWM – R$ 10 bilhões (2023/32)
BMW – R$ 500 milhões
Hyundai – R$ 5,45 bilhões
TOTAL: R$ 65,3 bilhões
Balanço realizado pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) indica que o número de carros vendidos no Brasil em janeiro deste ano foi 13% maior do que no mesmo período de 2023. Foram 162 mil vendidos no primeiro mês de 2024, comparados a 143 mil unidades em janeiro de 2023.
Publicado originalmente pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços em 05/03/2024 – 17h33
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