Se o presidente já anda mal assessorado a cerca das discussões no Congresso Nacional a ponto de ficar surpreso com a assombrosa nomeação de Carolina de Toni (PL) como presidente da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania e Nikolas Ferreira (PL) como presidente da Comissão de Educação, nas pesquisas de opinião e aprovação públicas a coisa não é muito diferente.
Pesquisas mais recentes colocam a aprovação do governo muito mais acima do que os números divulgados por Quaest, Atlas e IPEC que colocaram o governo entre os 30% e 40%.
O caso mais gritante é de dezembro do ano passado onde as pesquisas feitas pela FSB colocavam o governo com quase 60% de aprovação enquanto todos os institutos anteriormente citados colocavam o governo com no máximo 38%.
As pesquisas da FSB também não mostram com clareza a tendência de queda que outros institutos já apontaram na aprovação do governo. É claro que dados equivocados podem levar o governo para conclusões ainda mais equivocadas. Por isso, é possível dizer que a comunicação é apenas parte do problema e não o problema em si.
A verdade é que o governo e, principalmente, o presidente Lula estão vendados. Uma articulação política no Congresso que deixa o governo mais perdido que alinhado através dos líderes de governo que parecem estar mais preocupados com projetos pessoais dos mais diversos, uma Esplanada dos ministérios que mais parece um arquipélago repleto de ilhas e agora com uma série de picuinhas internas como as de Rui Costa (Casa Civil) com Alexandre Padilha (Relações Institucional) ou a de Alexandre da Silveira (PSD), Ministro de Minas e Energia contra Jean Paul Prates (PT), presidente da Petrobras. E por fim, resta responder o mistério sobre por qual motivo a os feitos econômicos do governo não chegam na ponta da população, uma pergunta que as pesquisas da SECOM estão longe de responder.
O festival de batidas de cabeça nas nomeações das comissões permanentes da Câmara dos Deputados deveria ter acendido a luz de alerta em parte do governo quanto o Congresso e as disparidade entre as pesquisas internas e as publicadas, outro alerta.
Enquanto tudo isso ocorre ao mesmo tempo, resta entender se Lula está vendo o que está acontecendo ou se simplesmente está satisfeito com a situação. Não é possível que o presidente veja como saudável e produtivo semana sim e semana também seus próprios membros alfinetando-se nos bastidores em um festival de frituras que com um pouco mais de um ano de mandato, certamente já supera o mandato inteiro do Lula 1 quando Lula brigou com seu ministro da Defesa e fez com que ele pedisse demissão.
Resta aguardarmos para saber se o rei sabe que está nu.
Ligeiro
12/03/2024 - 21h09
A sensação que tenho é que Lula esperava que os próprios apoiadores políticos – deputados, senadores e ministros – tentassem por si só entrarem em harmonia, mas não conseguem pois há muito interesse por trás dos panos. Lembrando que estamos em ano eleitoral municipal, e provavelmente alguns nomes estão cotados para tentarem a sorte em suas bases eleitorais originais (a não ser que a pessoa pague para estar em outra base eleitoral porque não se sentiu bem na onde era seu redutor original.)
Dizia uma @ em uma rede social que “Em protesto ao silêncio pelos atos anti ditadura, Silvio Lual deveria pedir demissão”. Marina Silva fizera isso no passado quando ministra do meio ambiente após a tolerância de Lula contra a elite agricultora, diga-se, e não se resolveu muita coisa. Falta uma coordenação mesmo, tal como posto no texto “Ilhas da Esplanada”. O PT, PSOL e demais da “esquerda” BR deveriam parar um pouco para pensar e achar uma forma eficiente para articular em época eleitoral e ao mesmo tempo atender as demandas nacionais.
No “A pergunta de ouro para o governo”, existe um ponto: se a pergunta é feita, é porque precisa-se de uma resposta. Não precisa ser números, pode até ser uma especulação.
” por qual motivo os notórios esforços e trabalhos na área e econômica não estão impactando a população?” – existe a resposta óbvia e da boca do povo e a resposta não tão óbvia e só que é vista por quem pagou o paywall.
A resposta óbvia é: quem ganha são os corruptos, e talvez não seja culpa (total) do Lula, dado que quem manobra verba no Congresso é o deputado, o senador. Fica a questão: quanto será que valerá um voto de um corrupto recebendo de outro corrupto nas eleições 2024? E de onde virá este dinheiro? E quem vai enriquecer após Outubro e Novembro, enquanto a população que não recaí na desonestidade sofre com o cíclico da economia?
A resposta ao pagar o Paywall é: “O dinheiro está na conta de grandes empresários que fizeram contratos governamentais”…