As maiores altas inflacionárias foram registradas nos segmentos de renda muito baixa (0,66%) e baixa (0,59%), enquanto as famílias de renda alta tiveram a menor variação (0,04%)
A inflação desacelerou em janeiro para as famílias de renda alta e média, mas avançou entre aquelas de renda baixa. O Indicador Ipea de Inflação por Faixa de Renda, divulgado nesta segunda-feira (19) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, mostra que a alta inflacionária no mês foi de 0,66% para o segmento de renda muito baixa e de 0,59% para o de renda baixa, refletindo, principalmente, o aumento de preços dos alimentos. As famílias com maiores rendimentos tiveram a menor variação no período (0,04%).
No acumulado em 12 meses até janeiro, porém, as famílias de renda muito baixa apresentaram a menor taxa de inflação (3,47%). A maior variação ficou com o segmento de renda alta (5,67%), conforme a tabela abaixo:
Na análise por grupos, “alimentos e bebidas” e “saúde e cuidados pessoais” foram os que mais contribuíram para a inflação em janeiro. A maior pressão inflacionária para as classes de rendas mais baixas veio do grupo “alimentos e bebidas”, especialmente devido ao aumento dos preços dos alimentos no domicílio – como cereais (6,8%), tubérculos (11,1%), frutas (5,1%) e óleos e gorduras (2,1%). Em menor escala, o grupo “saúde e cuidados pessoais” também contribuiu para a inflação das classes de renda mais baixas, com os reajustes de 0,70% nos produtos farmacêuticos e 0,94% nos produtos de higiene pessoal.
Na comparação com janeiro de 2023, as duas classes de renda mais baixas não registraram desaceleração inflacionária. As faixas de renda muito baixa e baixa enfrentaram uma piora no cenário explicada, em boa parte, pelo desempenho dos alimentos no domicílio e dos artigos de higiene pessoal. As variações de preços desses itens, de 1,8% e 0,94%, respectivamente, ficaram acima das observadas no mesmo período de 2023 (0,60% e -1,3%).
Por sua vez, as faixas de renda mais elevada tiveram uma alta menos intensa da inflação no primeiro mês do ano, frente a janeiro de 2023. Isso ocorreu devido à melhora no comportamento das passagens aéreas, que registraram deflação de -15,2% este ano (-0,51% em janeiro de 2023). Os combustíveis também colaboraram para essa tendência, com uma queda de 0,39% em janeiro deste ano, ante um aumento de 0,68% no mesmo período de 2023.
Publicado originalmente pelo Ipea
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