A proposta orçamentária da administração Biden para o ano fiscal de 2025 prevê um aumento de apenas 1% nos gastos com defesa, resultando em um orçamento total de US$ 849,8 bilhões.
Este ajuste significa um corte de US$ 10 bilhões em relação às projeções iniciais para o Departamento de Defesa dos Estados Unidos, segundo informações divulgadas pela Bloomberg.
Este corte orçamentário é uma consequência do acordo de limite de dívida firmado no ano passado entre o governo Biden e o Congresso dos EUA, que estabeleceu limites para os gastos governamentais.
Os programas impactados incluem o desenvolvimento do caça F-35 e a produção dos submarinos da classe Virginia, ambos fundamentais para as operações militares futuras dos EUA.
A tenente-coronel aposentada Karen Kwiatkowski, ex-analista do Departamento de Defesa dos EUA, comentou à Sputnik que a redução no orçamento do F-35 e dos submarinos da classe Virginia não deve afetar significativamente as capacidades de guerra futuras dos EUA.
Ela argumenta que esses programas são mais ofensivos do que defensivos e refletem políticas externas ultrapassadas.
“A redução desses itens de alto valor, especialmente o F-35 – que é projetado exageradamente para custar mais, mas fornece menos no campo de batalha – não fará grande diferença nas guerras futuras“, explicou.
“Quanto aos submarinos da classe Virginia, eles deveriam ser a plataforma de submersíveis de próxima geração […] para dar uma ameaça constante de uma surra dos EUA para países que saíram da linha politicamente. Isso foi feito para uma política externa dos EUA que não funciona mais, e francamente, como o F-35, esses submarinos não eram defensivos, mas ofensivos!“, completou.
Kwiatkowski também expressou preocupação com a falta de uma estratégia de defesa realista por parte do Pentágono, apontando para o excesso de gastos e o lucro desproporcional para o setor de defesa.
Em sua visão, o orçamento deveria priorizar investimentos em equipamentos mais eficientes e de custo reduzido, como drones, helicópteros e sistemas de defesa aérea, em vez de manter o foco em projetos caros e menos eficazes.
A especialista conclui que, mesmo diante de cortes orçamentários, o Pentágono tende a seguir as diretrizes da Casa Branca, independentemente da eficácia ou estratégia envolvida, na expectativa de que os fundos sejam compensados em orçamentos futuros.