A Secretaria de Comércio Exterior (Secex) divulgou ontem os números da balança do comércio exterior nos primeiros dois meses de 2024, e o saldo comercial do país registrou um crescimento de… 146% sobre o ano anterior.
Sim, o Brasil registrou um saldo comercial no primeiro bimestre do ano de 11,9 bilhões de dólares, contra 4,9 bilhões de dólares no mesmo período de 2023.
Repito: aumento de 146%!
Dessa vez, os ranzinzas não poderão atribuir o aumento das exportações à “safra de Bolsonaro”, seja lá o que isso queira dizer (não me consta que o ex-presidente seja produtor rural).
Quando se olha para os destinos de exportação, entende-se a audácia geopolítica de Lula neste seu terceiro governo.
No primeiro bimestre, o Brasil exportou 15 bilhões de dólares para a China, mais que o dobro do que o Brasil exportou para os Estados Unidos (6 bilhões) e União Europeia (6 bilhões) somados.
Entrentanto os números mais impressionantes, e que explicam a pegada anti-imperialista do Lula III (em relação ao Lula I e II) são os que comparam as exportações brasileiras para o Norte e Sul Global.
Em 2003 (jan/fev), primeiro ano do governo Lula I, o Norte Global, no qual eu incluí EUA, Europa, Japão, Coréia do Sul e Austrália, respondia por 62% das exportações brasileiras.
O Sul Global, que engloba todo o resto do planeta, representava em 2003 um pouco mais de 35% das nossas vendas para o exterior.
Em 2024 (jan/fev), segundo ano do governo Lula III, o mesmo Norte Global viu sua participação despencar para 32% das nossas exportações, ao passo que o Sul Global está comprando quase 70% dos nossos produtos!
A propósito, a economia brasileira parece estar reagindo de maneira muito firme neste início de 2024.
Apesar da produção industrial ter registrado uma ligeira queda em janeiro, o item bens de capital, que é o coração flamejante da indústria, experimentou forte alta de 5,2% em janeiro, sobre o mês anterior.
A arrecadação do governo federal, por sua vez, registrou o melhor janeiro dos últimos 24 anos, recolhendo R$ 280,6 bilhões, aumento de quase 7% sobre o mesmo mês de 2023.
Esses números ajudaram o governo a obter, ainda em janeiro, o maior superávit da história para o mesmo mês: R$ 102,1 bilhões.
O emprego foi outro indicador econômico que trouxe otimismo neste início de ano. Segundo o IBGE, o trimestre encerrado em janeiro registrou uma queda importante nos níveis de desemprego no Brasil, que ficou em 7,6%. É um dos mais baixos da história. Só não é menor que o desemprego de 6,5% alcançado ao final do primeiro governo Dilma, em 2014, antes da Lava Jato iniciar a devastação do setor de construção civil e engenharia do país.
O rendimento médio mensal dos trabalhadores também cresceu em janeiro, para mais R$ 3.078, igualmente um dos maiores em muitos anos.