Documentos com anotações de teor golpista atribuídas ao general Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) durante o governo de Jair Bolsonaro, foram descobertos, conforme reportagem de Laryssa Borges na revista Veja.
Esses registros, feitos à mão pelo general, sugerem ações para contornar ordens judiciais consideradas exorbitantes, incluindo a possibilidade de prisão de delegados para impedir a execução de decisões judiciais específicas.
As anotações detalham um plano onde o Ministério da Justiça, a Advocacia-Geral da União (AGU) e a Presidência da República trabalhariam em conjunto para avaliar a legalidade de decisões judiciais e definir ações a serem tomadas pela Polícia Federal (PF).
Em um trecho, Heleno menciona a elaboração de um texto pela AGU para contestar ordens judiciais ilegais, citando que “ordem manifestamente ilegal não se cumpre” como um princípio de direito.
Além disso, os documentos encontrados na residência de Heleno, localizada na Asa Norte, em Brasília, incluem anotações e relatórios baseados em informações falsas sobre urnas eletrônicas nas eleições brasileiras.
Durante uma busca policial no dia 8 de fevereiro, foram apreendidos não apenas os documentos, mas também duas pistolas Imbel 9 mm e um relógio Hublot, avaliado em até R$ 70.000.
A reportagem aponta que o diário de Heleno possui semelhanças com um roteiro para um golpe de Estado encontrado no celular do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro. Este texto incluía uma minuta para a decretação de Estado de Sítio em resposta a ações do Poder Judiciário.