Governo Lula fecha 2023 com PIB nas alturas

RICARDO STUCKERT/PR

O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro encerrou o ano de 2023 com um crescimento acumulado de 2,9%, conforme dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (1º).

No quarto trimestre de 2023, o PIB permaneceu estagnado, registrando uma variação de 0% em relação aos três meses imediatamente anteriores, de acordo com o IBGE. Nesse período, a expectativa mediana dos analistas, conforme a Bloomberg, era de uma variação de 0,1%.

O ano de 2023, marcado como o primeiro de governo do presidente Lula, testemunhou um crescimento impulsionado pela ampliação da safra agrícola.

A agropecuária, especialmente no início do ano, contribuiu significativamente para o desempenho do PIB. Ainda de acordo com o IBGE, a recuperação do mercado de trabalho, com abertura de empregos, aumento da renda e a estabilização da inflação, também impactou positivamente o consumo.

Medidas governamentais, como a transferência de recursos via Bolsa Família para as camadas mais pobres da população, foram implementadas para sustentar a atividade econômica.

No entanto, o patamar elevado dos juros representou um desafio para um avanço mais robusto do consumo, com o ciclo de cortes da taxa básica (Selic) começando somente em agosto.

Em outras palavras, a economia brasileira poderia ter experimentado um crescimento acima dos 3% se não fosse pela chantagem política do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, em manter os juros a níveis cavalares. Atualmente, a nossa taxa Selic é de 11,25%, uma das mais altas do planeta.

Apesar dos sinais de desaceleração na segunda metade de 2023, a economia brasileira superou as projeções iniciais dos analistas, que esperavam um crescimento de apenas 0,8% ao final de 2022. As previsões foram ajustadas para cima ao longo do ano.

Para 2024, as expectativas apontam para uma desaceleração no PIB, com analistas do mercado projetando um avanço de 1,75%, segundo a mediana da última edição do Boletim Focus do Banco Central.

Embora as estimativas tenham subido em relação às projeções anteriores, fenômenos climáticos extremos, como ondas de calor, seca e tempestades, podem impactar negativamente a produção no campo, diminuindo o impulso da agropecuária.

O ciclo de queda nos juros, entretanto, é visto como um possível estímulo ao consumo em 2024, incluindo bens de maior valor agregado dependentes de financiamentos.

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