Ehud Barak, ex-primeiro-ministro de Israel, criticou severamente o governo de Benjamin Netanyahu, afirmando que “seu tempo acabou” e instou os israelenses a protestarem contra o governo cercando o parlamento, informa o canal HispanTV.
“Precisamos de 30 mil cidadãos para cercar o Knesset (parlamento) em tendas durante três semanas, dia e noite”, disse Barak neste domingo (25), numa entrevista à rádio do exército israelense.
Neste sentido, acrescentou que “quando Netanyahu compreender que não há confiança pública nele, que três em cada quatro israelitas pedem sua demissão”, “Netanyahu perceberá que o seu tempo acabou”.
Milhares de israelenses saíram às ruas em Tel Aviv no sábado (24), para exigir que o ministério de Netanyahu concordasse com o Hamas sobre a libertação dos detidos em Gaza.
Barak reiterou as suas afirmações sobre a crescente raiva pública sobre a forma como Netanyahu lidou com a guerra em curso na Faixa de Gaza e a falta de responsabilização por parte do primeiro-ministro e do seu gabinete pelos acontecimentos de 7 de Outubro na Operação Palestina Tempestade de Al Aqsa.
O antigo primeiro-ministro sublinhou que é crucial que os israelitas se unam e exijam ação e responsabilidade do gabinete, sendo o primeiro passo definir datas para novas eleições.
“Se conseguirmos convocar eleições até ao final de março, ainda há tempo para realizar eleições em junho, o que é crucial”, explicou.
Para confirmar as suas declarações, ele fez paralelos históricos ao se referir à ex-primeira-ministra Golda Meir, que renunciou após a guerra árabe-israelense de 1973, num ato público de responsabilidade pela guerra.
Pela décima semana consecutiva, Tel Aviv testemunhou confrontos no sábado entre a polícia e os colonos que se manifestavam pedindo novas eleições e exigindo a renúncia de Netanyahu.
Além disso, desde 7 de Outubro, famílias de prisioneiros israelitas detidos por combatentes palestinos em Gaza reuniram-se em diversas ocasiões nas terras ocupadas para mostrar a sua indignação pela continuação da guerra e também exigir que Netanyahu iniciasse negociações para a troca de prisioneiros com os palestinos. Movimento de Resistência Islâmica (Hamas).
Com informações da Reuters