BID anuncia investimentos da ordem de R$ 27 bilhões no Brasil
Trata-se de uma notícia extraordinária, fruto da articulação do governo Lula junto ao BID. Além de investimentos diretos do BID no Brasil, próximos de R$ 27 bilhões, serão aplicados diversos dispositivos para trazer ainda mais recursos externos, além de iniciativas para reduzir a insegurança cambial do país, o que também ajudará a melhorar o nível de investimentos.
É muito comum que investidores, nacionais ou estrangeiros, reduzam suas aplicações no Brasil em função da insegurança cambial. Se esse problema for reduzido, haverá automaticamente mais investimentos no país.
BID, Fazenda, MMA e Banco Central unem esforços para mobilizar capital externo, reduzir risco cambial e impulsionar investimentos verdes
Recursos de até US$ 5,4 bilhões do BID serão aplicados em linha de crédito e cobertura cambial para investimentos externos
SÃO PAULO – O Presidente do BID, Ilan Goldfajn, o Secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron de Oliveira, representando o Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, a Ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, e o Presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, assinaram hoje, na semana da reunião de ministros de finanças e presidentes de bancos centrais do G20, cartas de intenção para incentivar investimentos externos em ações de mitigação e adaptação à mudança climática ao proteger esses investimentos da volatilidade cambial.
O risco cambial é um fator que dificulta investimentos em mercados emergentes como o Brasil, contribuindo para o atual déficit no investimento em infraestrutura sustentável e outros projetos verdes de grande escala.
Os esforços anunciados hoje visam incentivar investimentos e oferecer proteção cambial a projetos que promovam a transformação ecológica e a transição para práticas e tecnologias sustentáveis.
O BID vai apoiar o Programa de Mobilização de Capital Privado Externo e Proteção Cambial, no âmbito do Fundo Nacional sobre Mudança do Clima, com uma linha de crédito de US$ 2 bilhões e apoio técnico.
Já com o Banco Central, o BID apoiará o desenvolvimento, liquidez e eficiência do mercado de proteção cambial de longo prazo em moeda estrangeira no país, colocando à disposição do Programa um limite de US$ 3,4 bilhões para coberturas cambiais, sua capacidade de adquirir derivativos para cobertura em melhores condições, facilitadas por seu rating AAA, e seus serviços de Tesouraria.
Esse apoio vai proporcionar ao Banco Central e instituições financeiras oferecerem ao investidor mais acesso e menores custos às proteções cambiais.
O Programa introduz também inovações financeiras que buscam oferecer a investidores interessados no Brasil alternativas para melhorar as perspectivas de seus investimentos, entre eles uma facilidade de liquidez de longo prazo operacionalizada pelo Fundo Nacional sobre Mudança do Clima, que poderá contar com recursos da linha de crédito do BID.
“A transição para uma economia de baixo carbono é uma necessidade mundial, e para o Brasil é também uma oportunidade única. Temos uma matriz energética limpa, potencial de reflorestamento, e precisamos aproveitar essa janela enquanto há um movimento global de realocação de cadeias produtivas. O capital privado é crítico para economias como a do Brasil, por isso celebramos muito esta iniciativa conjunta para facilitar e proteger os investimentos estrangeiros no país”, disse o Secretário Ceron.
“O Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima atua nos dois eixos estratégicos do desenvolvimento sustentável: o enfrentamento dos crimes contra o patrimônio natural do nosso país e a criação de um novo ciclo de prosperidade econômica e social. O evento de hoje com o BID representa mais um passo concreto na construção de uma economia de base sustentável que ajude a combater a desigualdade”, disse a ministra Marina Silva.
“A questão ambiental e climática é um tema de grande importância. A sociedade demanda cada vez mais que a economia seja sustentável e inclusiva. Essa colaboração estreita entre Governo Federal, Banco Central, BID e setor privado é crucial. Ela garante que os incentivos sejam direcionados eficazmente, assegurando que os esforços de transição ecológica sejam inclusivos e equitativos”, disse Campos Neto.
“Precisamos mudar o patamar de financiamento para enfrentar os impactos da mudança climática. As inovações financeiras que o Governo do Brasil e o BID estão impulsionando têm o potencial de ampliar o nível de investimentos verdes. Este programa vai ajudar o Brasil em sua jornada para a transformação ecológica e fortalecer uma economia mais resiliente, sustentável, e próspera”, disse Goldfajn.
O governo do Reino Unido aportará ainda US$ 1 milhão ao BID para apoiar o Programa como parte da colaboração contínua do Reino Unido, do Brasil e do Grupo BID através do Programa de Infraestrutura Sustentável do Reino Unido (UKSIP), que já investiu US$ 50 milhões de dólares no Brasil para mobilizar investimentos privados para a transição climática do país.
BID e o G20
O BID assumiu a liderança do grupo de Chefes de Bancos Multilaterais de Desenvolvimento (BMDs) e Bancos Regionais de Desenvolvimento (BRDs) em 2024, cuja agenda coincide em vários temas com a Presidência do Brasil no G20, durante o mesmo ano.
O BID tem atuado em parceria com o Governo Brasileiro, com equipe técnica presente em vários grupos de trabalho das trilhas Finanças e Sherpas, bem como em grupos de força tarefa criados para refletir as prioridades do Governo Brasileiro, além de diálogo de alto nível para a realização de vários encontros do G20 ao longo do ano.
Sobre o BID
O Banco Interamericano de Desenvolvimento tem como missão melhorar vidas. Estabelecido em 1959, o BID é uma das principais fontes de financiamento de longo prazo para o desenvolvimento econômico, social e institucional da América Latina e do Caribe. O BID também realiza projetos de pesquisa de vanguarda e oferece assessoria sobre políticas, assistência técnica e capacitação a clientes do setor público e privado em toda a região. Acesse nosso tour virtual.
Publicado no portal do BID em 26 de fevereiro de 2024.
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