O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) apresentou uma aceleração significativa em fevereiro, atingindo 0,78%, um aumento em relação aos 0,31% registrados em janeiro, segundo informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgadas nesta terça-feira, 27.
Este incremento no índice foi influenciado principalmente pelos ajustes de preços na área de educação, decorrentes do início do ano letivo.
A variação de 0,78% é a mais alta para o mês de fevereiro desde o ano de 2022, quando o índice atingiu 0,99%. Apesar da aceleração observada, o resultado ficou abaixo das expectativas do mercado financeiro, que, conforme analistas consultados pela Bloomberg, previam uma variação de 0,82%.
No acumulado dos últimos 12 meses, o IPCA-15 chegou a 4,49%, mantendo-se próximo ao índice anterior de 4,47% até janeiro. O índice serve como uma prévia do IPCA, considerado o indicador oficial de inflação do país e referência para as metas inflacionárias do Banco Central (BC).
A metodologia de coleta do IPCA-15 compreende o período entre a segunda metade do mês anterior e a primeira metade do mês de referência, sendo este trabalho realizado de 16 de janeiro a 15 de fevereiro. Já o IPCA tem sua coleta concentrada no mês de referência completo, com o resultado de fevereiro previsto para ser anunciado em 12 de março.
Dentre os nove grupos de produtos e serviços analisados, oito apresentaram alta em fevereiro. O setor de educação destacou-se com a maior variação (5,07%) e o principal impacto no índice (0,30 ponto percentual), impulsionado especialmente pelos cursos regulares, que tiveram aumento médio de 6,13%. As maiores altas foram observadas nos níveis de ensino médio, fundamental, pré-escola e creche.
O BC persegue uma meta de inflação de 3% para 2024, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Projeções do mercado financeiro indicam uma expectativa de fechamento do IPCA em 3,80% para o ano, dentro do limite superior da meta estabelecida.