O Índice de Confiança da Construção (ICST), medido pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre), registrou um aumento de 1,8 ponto em fevereiro, atingindo 97,6 pontos, o patamar mais alto desde outubro de 2022, quando alcançou 99,4 pontos. A análise em média móvel trimestral indica um avanço de 0,5 ponto no índice.
O crescimento da confiança no setor foi impulsionado pela melhora na percepção sobre o ambiente de negócios atual e futuro.
Segundo Ana Maria Castelo, coordenadora de projetos da construção do FGV Ibre, o Índice de Situação Atual apresentou alta pelo segundo mês consecutivo, embora ainda reflita um cenário de pessimismo moderado, especialmente entre empresas de instalações e acabamentos.
Este segmento, que representa a fase final do processo produtivo, sentiu o impacto do término de várias obras no mercado imobiliário nos últimos meses de 2023. Contudo, a expectativa é de recuperação, com a iniciação de novas obras, fortalecendo o ciclo de negócios.
Neste mês, tanto a avaliação do momento presente quanto as perspectivas futuras contribuíram para o resultado positivo do ICST. O Índice de Situação Atual avançou 0,8 ponto, alcançando 95,5 pontos, o maior nível desde setembro do ano passado. Já o Índice de Expectativas subiu 2,5 pontos, chegando a 99,7 pontos, a maior marca desde outubro de 2022.
O aumento do Índice de Situação Atual foi influenciado pela melhora na avaliação atual dos negócios, enquanto o Índice de Expectativas se beneficiou da elevação nos indicadores de demanda prevista para os próximos três meses e de tendência dos negócios para os próximos seis meses, conforme reportagem do Valor.
O Nível de Utilização da Capacidade (Nuci) da Construção viu um crescimento de 1,4 ponto percentual, chegando a 78,5%, interrompendo uma sequência de resultados negativos. Tanto a mão de obra quanto máquinas e equipamentos tiveram aumentos em sua utilização.
O relatório também destaca desafios para o setor, como a persistente falta de mão de obra qualificada e o acesso ao crédito, que se tornou uma preocupação crescente entre as empresas, especialmente as de Edificações Residenciais, que notaram um aumento significativo na dificuldade de acesso a financiamentos.