Para 94% dos manifestantes que foram à manifestação convocada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro na avenida Paulista no último domingo (25), o Brasil vive uma ditadura por cometer “excessos e perseguições da Justiça”, segundo levantamento da Universidade de São Paulo (USP), divulgado nesta segunda-feira (26).
A pesquisa, organizada pelo Monitor do Debate Político no Meio Digital, da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da USP, aponta ainda que apenas 4% disseram discordar dessa hipótese e 2% não opinaram.
Cerca de 88% creem que Bolsonaro, e não o atual presidente, Luís Inácio Lula da Silva, ganhou a eleição presidencial de 2022.
Investigado pela Polícia Federal (PF) e suspeito de atentar contra o Estado Democrático de Direito, o Bolsonaro convocou a manifestação em defesa da “liberdade e do Estado Democrático de Direito”. Ele corre o risco de ser preso em caso de incitação ao ódio. Bolsonaro, por sua vez, afirmou ser vítima de perseguição política.
Ex-presidente Jair Bolsonaro acena para os presentes em ato de apoio na avenida Paulista. São Paulo, 25 de fevereiro de 2024 – Sputnik Brasil, 1920, 26.02.2024
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Para 49%, Bolsonaro deveria ter decretado uma operação de GLO (Garantia da Lei e da Ordem), enquanto 39% discordam dessa opção. Cerca de 42% disseram que Bolsonaro deveria ter invocado o artigo 142 da Constituição para solicitar intervenção das Forças Armadas e 45% não concordam.
A maioria dos apoiadores do ex-presidente que foram entrevistados é contra a decretação de um estado de sítio (61%), e cerca de 23% se manifestaram a favor.
Um documento defendendo a decretação de estado de sítio e de garantia da lei e da ordem (GLO) no Brasil foi encontrado no início de fevereiro na sede do Partido Liberal (PL), em Brasília, durante busca e apreensão da Polícia Federal (PF).
Ao todo, 575 pessoas foram entrevistadas no ato. A margem de erro é estimada em quatro pontos percentuais para mais ou menos, para um grau de confiança de 95%.
Publicado originalmente pelo Sputnik Brasil em 26/02/2024 – 20h01