O diretor de Transição Energética e Sustentabilidade da Petrobras, Mauricio Tolmasquim, anunciou na sexta-feira, 23, a decisão da empresa de alocar unidades de produção exclusivamente para o desenvolvimento de combustível de aviação sustentável (SAF).
A medida reflete a busca da estatal por produtos de maior valor agregado, em contraste com a produção do diesel R, que continua predominantemente através do coprocessamento de óleos vegetais e fósseis.
Durante um seminário sobre biocombustíveis realizado pela Universidade Columbia no Rio de Janeiro, evento paralelo ao G20 na cidade, Tolmasquim detalhou os planos da empresa.
A Refinaria Presidente Bernardes (RPBC), em Cubatão, São Paulo, dedicará uma unidade à produção de BioQAV, com capacidade de 15 mil barris por dia (bpd).
Além disso, uma nova unidade será ativada no Polo Gaslub, no Rio de Janeiro, com a produção prevista de 19 mil bpd de SAF.
A capacidade combinada de 34 mil bpd de combustível de aviação sustentável da Petrobras poderá atender até 30% do mercado brasileiro atual, marcando um passo significativo para a companhia no setor de biocombustíveis.
Tolmasquim reforçou o compromisso da Petrobras com a sustentabilidade, mencionando um investimento previsto de US$ 1,5 bilhão em biorefino até 2028, excluindo gastos adicionais em pesquisa e desenvolvimento.
A estratégia da empresa inclui o foco em biocombustíveis de última geração, hidrogênio verde, amônia verde, e geração de energia renovável, como solar e eólica.
O diretor destacou a importância dos biocombustíveis para atender às futuras exigências de descarbonização nos setores de aviação e navegação, áreas nas quais a Petrobras visa fornecer metanol verde.
Ele mencionou a existência de mercados significativos para combustíveis renováveis nessas indústrias, ressaltando a falta de oferta global e o potencial para empresas que ingressarem nesse segmento.
A Petrobras também firmou memorandos de entendimento para o fornecimento de metanol verde com uma empresa de navegação europeia e para cooperação na produção de amônia verde com uma empresa asiática, evidenciando os esforços da companhia para expandir sua atuação no mercado de combustíveis sustentáveis.
“Não tem oferta de combustível verde no mundo para isso. Trata-se de um grande mercado aberto. Existe um mercado e não tem oferta. Quem chegar tem um mercado totalmente disponível, o sonho de qualquer empresa”, declarou.
Com informações do Estadão