Em um comunicado emitido nesta quarta-feira, 21, 25 organizações não governamentais (ONGs) expressaram preocupação com os possíveis planos de Israel de deslocar permanentemente os palestinos da região de Rafah, na Faixa de Gaza, direcionando-os para a Península do Sinai ou outros países.
Segundo a agência Lusa, a situação torna-se crítica com cerca de 1,5 milhão de palestinos atualmente em Rafah, onde mais da metade da população se refugiou, devido aos contínuos bombardeios na região.
As ONGs, incluindo Action Against Hunger, ActionAid, Anistia Internacional, Handicap International, Doctors of the World e War Child, expressaram preocupação com a perspectiva de uma possível invasão terrestre em Rafah, descrevendo-a como “absolutamente dramática”.
Elas ressaltaram que deslocamentos forçados, como os que ocorreram em Gaza, violam o direito humanitário internacional, observando que as ordens israelenses para a “evacuação” já resultaram na saída de aproximadamente 85% da população local.
As ONGs apelaram aos governos mundiais por uma ação imediata para alcançar um cessar-fogo permanente e incondicional, além de pedirem que Israel cumpra suas obrigações sob o direito internacional.
Elas também instaram para evitar iniciativas que contribuam para o deslocamento forçado, permanente ou prolongado dos palestinos, defendendo o retorno seguro daqueles que já foram deslocados após o término do conflito.
Na segunda-feira (19), 26 dos 27 países da União Europeia (UE) emitiram um apelo conjunto por uma “pausa humanitária imediata”, marcando uma posição inédita do bloco.
A proposta visa à suspensão dos combates para permitir um cessar-fogo duradouro, conforme explicado pelo alto representante da União para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança, Josep Borrell.
Este é o primeiro consenso amplo dentro da UE sobre a necessidade de um cessar-fogo em Gaza. Anteriormente, desde o início do conflito em outubro, os líderes europeus se limitaram a apelos, pausas e corredores humanitários. Embora a maioria do bloco apoie a iniciativa, a Hungria se posicionou de forma diferente, recusando-se a aderir ao apelo por uma “pausa humanitária imediata”.
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