“Dizer o que tem que ser dito”. A estratégia da defesa de Anderson Torres

Parece que a tão alardeada delação premiada do ex-secretário e ex-ministro Anderson Torres pode não ocorrer mas isso não significa que isso não possa ser preocupante para o demais envolvidos na trama golpista no entorno do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Diferentemente do que fontes próximas do ministro alardearam nos bastidores (e revelado por esta coluna), a defesa de Torres afirmou que não chance de ele faça uma delação. “Não há a mínima chance disso”, afirmou a defesa.

Porém foi reforçada que a estratégia da defesa é cooperar com a justiça e “dizer o que tem que ser dito”. A defesa entende que ele não tem o que temer e que deve prestar os esclarecimentos necessários.

“Ele está esclarecendo todos os pontos que os investigadores estão perguntando”.

A preocupação da defesa está em, nas suas palavras, prestar todos os esclarecimentos possíveis. Por isso, na visão dela, não existe possibilidade de delação, já que eles entendem não existir qualquer necessidade de se apelar para este recurso.

Anderson foi uma das 24 pessoas intimadas a prestarem depoimento nesta quinta-feira (22) no âmbito da investigação de tentativa de golpe entre o final de 2022 e o início de 2023. Diferente de Bolsonaro e dos demais militares convocados, o ex-ministro respondeu a todos os questionamentos feitos, assim como todos os demais civis convocados fizeram. A exceção está no general Augusto Heleno que também não fez uso do seu direito ao silêncio.

Segue abaixo também a íntegra da nota enviada pela defesa do ex-ministro, a nota é assinada pelo advogado Eumar Novacki, responsável pela defesa de Torres:

“A defesa informa que Anderson Torres respondeu serenamente a todas as perguntas que lhe foram formuladas.
Anderson Torres esclareceu todas as dúvidas em relação aos fatos investigados e reafirma sua disposição para cooperar com as investigações.
O ex-ministro acredita na Justiça e confia nas instituições brasileiras”.