África do Sul acusa governo de Israel de práticas semelhantes ao apartheid

Eva Plevier/Reuters

No segundo dia de audiências na Corte Internacional de Justiça em Haia, representantes da África do Sul lançaram acusações contundentes contra o governo de Israel, comparando suas políticas aos piores aspectos do apartheid sul-africano até 1994.

O embaixador sul-africano na Holanda, Vusimuzi Madonsela, destacou as práticas discriminatórias do regime israelense como uma forma ainda mais extrema de apartheid institucionalizado contra os negros em seu país.

As audiências, convocadas após solicitação da Assembleia-Geral da ONU, visam analisar as consequências legais da ocupação israelense dos territórios palestinos desde 1967. O escopo inclui a Faixa de Gaza, a Cisjordânia e Jerusalém Oriental, áreas que os palestinos reivindicam para um Estado independente.

O pedido da África do Sul à corte é para emitir um parecer jurídico não vinculante, declarando a ilegalidade da ocupação israelense. Madonsela enfatizou a “obrigação especial” de seu país em denunciar qualquer tipo de segregação.

Espera-se que mais de 50 países, incluindo potências globais como Estados Unidos, Rússia e China, participem das audiências. O Brasil também terá sua palavra, evidenciando o caráter internacional do debate.

Enquanto os palestinos também pediram à corte que declarasse a ocupação israelense ilegal, Israel não está participando das audiências, mas enviou uma declaração por escrito argumentando contra um parecer consultivo.

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