Na sessão de ontem o senado federal o senador Jaques Wagner (PT), que lidera o governo na casa, reprovou as declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que comparou as ações de Israel contra o Hamas ao genocídio cometido pelos nazistas contra os judeus na Segunda Guerra Mundial.
Wagner, que é de origem judaica, disse que aconselhou Lula a remover essa parte do seu pronunciamento, mas também lamentou as mortes em Gaza. Ficou a cargo do senador Omar Aziz (PSD) fazer uma defesa mais enfática do governo, mesmo não sendo líder do governo.
“Sou amigo do presidente Lula há 45 anos e tive a naturalidade de visitar ele ontem e dizer: não tiro uma palavra do que vossa excelência disse, a não ser o final, porque, na minha opinião, não se traz à baila o episódio do Holocausto para nenhuma comparação, porque fere sentimentos, inclusive meus, de familiares perdidos naquele episódio”, disse Jaques Wagner.
Acontece que a fala do senador gerou irritação em grupos de Whatsapp de assessores da bancada petista que criticaram o senador afirmando que a fala dele passou dos limites, que ele não teria o direito de desautorizar uma “tática” majoritária de apoiar o Lula e dar munição pra ultradireita.
Em outro grupo um comentário chamou a atenção: “mais uma do líder de bancada governista mais independente do governo”.
Não é a primeira vez que Wagner irrita a própria base, ainda no ano passado aliados do governo criticavam o senador nos bastidores por conta da sua posição contraria à CPI da Braskem, conforme relatado por esta coluna.
Também no ano passado, o senador causou espantou ao votar contra a orientação do próprio partido que era contra a pauta anti-STF empreendida pelo presidente do senado, Rodrigo Pacheco (PSD).