Militares buscam se proteger e atribuem ao governo Bolsonaro a responsabilidade no planejamento de golpe
Diante das investigações da Polícia Federal, militares estão tentando se isolar e reduzir a participação de seus pares na elaboração de um golpe, expressando preocupação com os achados da operação Tempus Veritatis, que investiga uma tentativa de golpe liderada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e seus aliados. Oficiais argumentam que foi dada demasiada influência a militares de menor patente, sem capacidade real de mobilização, como evidenciado pela posição do general Estevam Theophilo, que teria mostrado suporte aos planos de Bolsonaro. As informações são do blog de Andreia Said.
A Polícia Federal destaca a importância de investigar a possível negligência dos comandantes do Exército e da Aeronáutica. Informações apontam que o Comando de Operações Especiais Terrestres, liderado por Theophilo, não possui tropas próprias e opera sob a supervisão do Comando Militar do Planalto, indicando que não poderia agir sem consentimento superior.
Críticas também surgem quanto ao envolvimento de militares que se comunicaram com o ex-ajudante de ordens Mauro Cid, sugerindo que estes possuíam um alcance de influência limitado, restrito a círculos pessoais, apesar de fornecerem informações falsas que alimentavam o núcleo golpista.
A Polícia Federal contesta a tentativa de minimizar o papel desses militares nas atividades golpistas, reiterando que a presença de militares em reuniões com Bolsonaro era para discutir atos ilegais, uma violação clara da Constituição.
A operação da PF que resultou na prisão de três militares e um ex-assessor de Bolsonaro em 2022 reflete a gravidade da tentativa de golpe. Há questionamentos sobre a supervalorização do papel das Forças Especiais, vistas por alguns como unidades de entrada para militares sem posições de liderança significativas.
Militares em posições centrais, como os ex-ministros Augusto Heleno e Walter Braga Netto, estão na reserva e sem autoridade para mobilizar forças ativas. Após os eventos de 8 de janeiro, houve um esforço para avançar nas investigações e esclarecer as ações individuais, buscando preservar a imagem das instituições militares.
A análise do Alto Comando sugere que o grupo golpista era restrito a um pequeno número de indivíduos dentro das Forças Armadas, contradizendo a narrativa de que haveria uma ampla conspiração para subverter a democracia.