Durante a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) investigativa dos ataques de 8 de Janeiro, ocorridos na praça dos Três Poderes, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) fez uma declaração controversa ao comparar as prisões dos envolvidos com as detenções de judeus pelo regime nazista.
Em suas palavras, Bolsonaro descreveu um cenário onde indivíduos, na tentativa de escapar do nazismo, eram conduzidos pacificamente às estações de trem, levando à comparação direta com as prisões dos dias 8 e 9 de janeiro, quando pessoas foram orientadas a embarcar em ônibus sob a premissa de serem levadas à rodoviária, mas acabaram detidas.
A declaração do senador gerou repúdio entre críticos e observadores, que apontam para uma banalização do Holocausto, conforme reportagem da Folha.
Marco Aurélio Carvalho, coordenador do grupo jurídico Prerrogativas e próximo ao governo, criticou a comparação feita por Bolsonaro, classificando-a como “absurda” e “desrespeitosa“.
Carvalho argumenta que a fala do senador exemplifica uma “indignação seletiva” por parte de bolsonaristas, destacando a falta de reação e o silêncio da comunidade frente a tais comparações.
Além disso, Carvalho defendeu o presidente Lula contra acusações de minimizar o genocídio cometido pelos nazistas ao comentar os ataques a Gaza.
Segundo ele, Lula, descrito como uma pessoa de grande cultura, jamais tentaria relativizar o Holocausto, entendendo a importância da memória desse evento histórico.
O episódio sublinha a tensão e polarização política no Brasil, evidenciando como declarações de figuras públicas podem incitar debates acalorados sobre respeito à memória histórica e apropriação de eventos traumáticos para fins políticos.
A CPI do 8 de Janeiro continua suas investigações, procurando esclarecer os eventos e responsabilidades ligadas aos ataques contra as instituições democráticas brasileiras.
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