A coluna conseguiu com exclusividade o relatório da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) assinado pelo o coronel Edvã de Oliveira Sousa, nele há relatos contundentes de que mesmo durante a escolta até a Esplanada, extremistas apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro já deixavam claras suas intenções criminosas.
O coronel em questão chegou inclusive a orientar os acampados que momentos depois foram detidos armados com bolas de gude, estilingues, pedaços de pau, ferramentas e objetos perfuro-cortantes e que tentaram agredir agendes das forças de segurança.
Segundo o relatório do coronel, durante a caminhada para a Esplanada, manifestantes gritavam “VAMOS QUEBRAR TUDO” e tentaram agredir policiais mais de uma vez. Mesmo assim, mesmo com os alertas e com os extremistas manifestando as claras intenções criminosas durante o trajeto, a escolta não foi interrompida.
Em outro episódio ainda mais grave, manifestantes tentaram furtar a arma de fogo de um dos policiais, eles também conseguiram levar um carregador contendo 18 munições. E mesmo assim, o grupo de extremistas seguiu com amparo da PMDF para a Esplanada.
As informações são trechos do relatório SEI-GDF n.º 1/2023-PMDF/CPTRAN/SAD/CH do dia 11 de janeiro de 2024 e trás um relato detalhado sobre o efetivo empregado aquele dia e como foi a ação das forças polícias durante a movimentação que culminou na destruição das sedes dos três poderes
Um vídeo difundido redes sociais durante o 8 de janeiro de 2023 também mostrou o coronel Edvã conversando com manifestantes momentos antes da caminhada até a Esplanada, no vídeo o coronel afirma que as manifestações contra o Estado Democrático de Direito e a democracia eram “democráticas” e “corretas.”
Essa interlocução entre os extremistas e o coronel também consta no relatório assinado por Edvã que afirmou que o deslocamento até a Esplanada foi defino pelos próprios extremistas, sem grandes imposições da PMDF além das faixas que seriam ocupadas e a restrição de veículos.
Edvã segue integrando os quadros da PMDF e diferente dos demais quadros da cúpula, não foi preso e tampouco responde a processo, além disso ele é o responsável pelas escoltas do seu melhor amigo, o Coronel Fábio Augusto, então comandante da PMDF durante o 8 de janeiro e que está preso desde agosto do ano passado junto com outros 6 oficiais por não terem agido para evitar a invasão às sedes dos Três Poderes, em Brasília (crimes omissivos impróprios de delitos de resultado).