A Polícia Federal conduz uma investigação sobre o possível envolvimento de membros das Forças Especiais do Exército Brasileiro, conhecidos informalmente como “kids pretos“, em ações que visavam um golpe de Estado no Brasil.
As evidências apontam para a utilização de técnicas militares avançadas em atos antidemocráticos sequentes à eleição, conforme reportagem de Sarah Teófilo e Eduardo Gonçalves, no O Globo.
Os investigados, parte de um grupo restrito com treinamento avançado em infiltração e contraterrorismo, teriam atuado como agentes estratégicos no direcionamento e financiamento dos ataques que se seguiram à derrota eleitoral de Jair Bolsonaro.
A presença de indivíduos usando balaclavas e a habilidade demonstrada na invasão ao Congresso Nacional, no dia 8 de janeiro, são indícios do envolvimento direto do grupo.
Dentre os achados da CPI do Golpe, destaca-se a descoberta de destroços de uma granada de gás lacrimogêneo, similar às utilizadas em treinamentos pelos “kids pretos”, reforçando as suspeitas sobre a participação desses militares.
O apelido do grupo deriva do uso de um gorro preto por esses militares, uma referência histórica ao codinome de um comandante de operações especiais.
Para ingressar nas Forças Especiais, é necessário passar por um rigoroso processo de seleção e treinamento, incluindo cursos de paraquedismo e ações de comandos, além de uma fase com enfoque estratégico que simula operações complexas, como resgates de reféns.
A investigação da PF revelou mensagens que indicam um planejamento detalhado para o uso de técnicas militares contra o Estado, com reuniões organizadas para refinar estratégias golpistas. A análise dessas comunicações sugere um esforço concentrado para engajar mais militares na conspiração.
A defesa de envolvidos nos planos golpistas, incluindo altos oficiais ligados a Bolsonaro, ainda não teve acesso aos detalhes da acusação.
A investigação segue em andamento, apurando o alcance e as implicações do envolvimento das Forças Especiais em tentativas de subverter a ordem democrática no país.
Crédito/Foto: Isac Nóbrega – Presidência da República