As tropas russas obtiveram controle da cidade de Avdiivka, no leste da Ucrânia, neste sábado, 17, representando o maior sucesso militar para o Kremlin desde quase um ano, conforme reportagem de Igor Gielow, na Folha.
A aquisição de Avdiivka, estrategicamente importante para a ofensiva na região de Donetsk – atualmente sob domínio russo em 55% de seu território -, destaca um momento crítico no conflito.
O exército ucraniano iniciou a retirada de Avdiivka na sexta-feira, visando evitar um cerco completo pelas forças russas, que intensificaram os ataques nos últimos meses.
O general Oleksandr Tarnavskii, liderando a operação do lado ucraniano, relatou a captura de alguns militares durante a retirada, enfatizando o reagrupamento das forças ucranianas a oeste da cidade.
Avdiivka, agora em ruínas e situada a cerca de 15 km da capital da província de Donetsk, foi uma das quatro regiões anexadas pela Rússia, apesar do controle incompleto.
A tomada de Avdiivka é vista por analistas militares como um passo crucial para a Rússia no intuito de consolidar o controle sobre Donetsk, região central do Donbass.
Esta conquista segue-se à captura de Bakhmut, evidenciando o primeiro avanço significativo da Rússia após meses de estagnação militar.
Por outro lado, a Ucrânia enfrenta desafios crescentes, incluindo a escassez de munição e o recente apelo do presidente Volodimir Zelensky por mais apoio militar durante a Conferência de Segurança de Munique.
A situação é agravada pela hesitação de países europeus em fornecer armamentos avançados, como os mísseis de cruzeiro Taurus, por receio de escalar o conflito.
Enquanto isso, a promessa de um substancial pacote de ajuda militar dos EUA está sendo obstruída pela oposição republicana, ampliando as dificuldades de Kiev.
A conquista de Avdiivka não apenas fortalece a posição militar russa, como também serve de instrumento de propaganda para o presidente Putin, especialmente no contexto das próximas eleições presidenciais russas e após a morte do líder opositor Alexei Navalni, reforçando o apoio interno da população a guerra contra o país vizinho.
Créditos/Fotos: BBC