A Polícia Federal (PF) destacou, em seu relatório da operação Tempus Veritatis, a necessidade de investigar se o ex-comandante do Exército, Freire Gomes, e o da Aeronáutica, Baptista Junior, tiveram papel por omissão na tentativa de golpe contra o Estado Democrático de Direito. A informação é do jornal O Globo.
A operação, que também focou em ex-ministros do governo Jair Bolsonaro (PL), aponta que, enquanto o ex-ajudante de ordens Mauro Cid mencionou a possível adesão do comandante da Marinha, Almir Garnier, aos planos golpistas, a conduta dos outros dois comandantes ainda necessita de esclarecimentos.
O documento da PF sugere que, apesar de resistirem às tentativas do grupo investigado, a não denúncia dos planos por parte de Freire Gomes e Baptista Junior coloca em questão suas ações como “agentes garantidores” do regime democrático. O
O relatório ressalta: “É necessário avançar na investigação para apurar uma possível conduta comissiva por omissão”.
Além dos comandantes, o relatório menciona o general Lourena Cid, pai de Mauro Cid, relacionado à investigação sobre a venda de joias no exterior e cuja situação influenciou a decisão de Mauro Cid por um acordo de colaboração premiada.
A troca de mensagens entre Lourena e Mauro Cid revela preocupações sobre a narrativa golpista e o impacto da divulgação de um relatório do Comando de Defesa Cibernética (ComDCiber), que não identificou irregularidades no processo eleitoral, apesar das alegações de fraude por parte de alguns setores.
A operação Tempus Veritatis, deflagrada na última quinta-feira, visa investigar os envolvidos em uma tentativa de golpe articulada dentro do governo Bolsonaro. Dentre os alvos, estão 16 militares, evidenciando a profundidade das apurações sobre as tentativas de subversão ao Estado Democrático de Direito no Brasil.
Até o momento da publicação, o Exército, a Aeronáutica e a defesa de Lourena Cid não haviam se manifestado sobre as acusações.
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