Inflação explode na Argentina e população fica proibida de usar o transporte público

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Em meio a devastação econômica, o presidente argentino Javier Milei conseguiu o feito de afundar ainda mais a frágil situação do país. Após uma votação contrária aos artigos da “lei ônibus” no Congresso, surgem discussões sobre a realização de plebiscitos para impulsionar as reformas ultraliberais.

Este cenário se desdobra enquanto a Argentina registra uma inflação de 20,6% em janeiro, um decréscimo em relação aos 25,5% de dezembro de 2023, mas com o acumulado dos últimos 12 meses atingindo 254,2%, o mais alto em mais de três décadas, conforme dados do Instituto Nacional de Estatística e Censo da Argentina (Indec).

Os aumentos significativos em serviços, transporte e alimentos aumentaram exponencialmente a pressão sobre os cidadãos, especialmente após o “mega decreto” de Milei, que cortou subsídios para transportes, energia e gás, e liberou preços de produtos e serviços. Com isso, um dos efeitos mais devastadores para a população é a proibição de usar o transporte público pelas elevadas tarifas.

Esse decreto também tentou reformar as relações de trabalho, mas foi suspenso pela Justiça. O impacto é sentido nas tarifas de transporte público e nos custos dos convênios médicos, que subiram 70% desde dezembro de 2023.

Com a economia sob tensão, Milei considera plebiscitos como estratégia para validar suas políticas de reforma, apesar de ter conquistado o segundo turno das eleições de novembro de 2023 com 55% dos votos.

A proposta encontra resistência e apoio diversificado dentro do espectro político argentino, refletindo a complexidade da base eleitoral de Milei e a polarização política do país.

A ex-presidente Cristina Kirchner criticou fortemente o governo Milei e o ministro da Economia, Luis Caputo, atribuindo-lhes responsabilidade pela dívida bilionária da Argentina com o FMI, uma herança do governo Macri. A resposta de Caputo às críticas de Kirchner sublinha as tensões políticas que permeiam o debate econômico no país.

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Com informações do UOL
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