Em um desdobramento significativo de investigações conduzidas pela Polícia Civil do Distrito Federal, Jair Renan Bolsonaro, filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, e Maciel Alves de Carvalho, ex-instrutor de tiro de Jair Renan, foram indiciados por envolvimento em atividades criminosas, incluindo falsidade ideológica, uso de documento falso e lavagem de dinheiro.
Os indiciamentos baseiam-se em investigações detalhadas que revelaram uma série de ações ilegais visando a obtenção de empréstimos bancários sob falsos pretextos.
Especificamente, Jair Renan e Maciel Alves são acusados de fabricar documentos para inflar artificialmente o faturamento da empresa RB Eventos e Mídia, anteriormente pertencente a Jair Renan, para garantir empréstimos que totalizam centenas de milhares de reais.
A Polícia Civil identificou que as alegações de faturamento, que indicavam um total de R$ 4,6 milhões em um ano, eram completamente infundadas. Este esquema permitiu que a dupla adquirisse empréstimos que não foram integralmente quitados, levando a uma dívida acumulada de mais de R$ 360 mil até dezembro de 2023.
O uso desses fundos para fins pessoais, incluindo o pagamento de despesas de cartão de crédito, e a transferência de dinheiro através de intermediários para obscurecer a origem ilícita dos fundos, configurou o crime de lavagem de dinheiro.
Além disso, a investigação revelou que Jair Renan teve participação ativa no esquema, incluindo a autorização dos empréstimos por meio de sua biometria.
A investigação também apontou para a existência de um “laranja”, utilizado para facilitar as transações financeiras ilícitas, reforçando as suspeitas de lavagem de dinheiro.
Curiosamente, no curso das investigações, a empresa no centro do escândalo foi transferida para outro indivíduo, uma ação que levanta mais questões sobre as intenções dos envolvidos.
Embora os indiciados enfrentem acusações graves, o Ministério Público ainda não apresentou denúncia formal à Justiça, o que será um passo crítico no processo legal subsequente.
As defesas de Jair Renan e Maciel Alves de Carvalho expressaram posições distintas em resposta ao indiciamento. Enquanto a equipe legal de Jair Renan optou por não comentar devido à natureza sigilosa do caso, o advogado de Maciel Alves declarou confiança na absolvição de seu cliente, citando precedentes anteriores.
Com informações do G1