Cientistas desenvolveram um método inovador para detectar sinais precoces de possível colapso da Circulação Meridional do Atlântico (AMOC), incluindo a Corrente do Golfo, essencial para o equilíbrio climático global. O estudo, divulgado na revista Science Advances, destaca a crescente ameaça à estabilidade desta corrente devido ao aquecimento global.
A AMOC atua como uma correia transportadora oceânica, movendo água quente dos trópicos para o norte do Atlântico, onde esfria, afunda e retorna ao sul. Esse processo é vital para distribuir calor e nutrientes pelo planeta, influenciando significativamente o clima no Hemisfério Norte.
Pesquisas anteriores já indicavam a vulnerabilidade da AMOC às mudanças climáticas, que afetam o delicado equilíbrio de temperatura e salinidade necessário para sua operação. A última interrupção total desse sistema ocorreu há cerca de 12.000 anos, com consequências desastrosas para o clima global.
A possibilidade de um novo colapso levanta preocupações graves. Embora exista incerteza sobre o momento e a velocidade com que isso pode ocorrer, o estudo sugere impactos profundos e rápidos nas condições climáticas, como a queda de temperatura em partes da Europa em até 30 graus Celsius em um século, alterações nos padrões de chuva na Amazônia e aumento significativo do nível do mar.
Especialistas advertem que a adaptação a tais mudanças climáticas seria extremamente desafiadora, com implicações severas para a agricultura, ecossistemas e a vida humana. A pesquisa sublinha a urgência de monitoramento contínuo e ações para mitigar as mudanças climáticas, visando prevenir um cenário de colapso da AMOC.
Stefan Rahmstorf, oceanógrafo da Universidade de Potsdam, não envolvido no estudo, classificou a pesquisa como um avanço significativo na compreensão da estabilidade da AMOC. Ele enfatizou a importância de reconhecer o ponto de inflexão da corrente, após o qual um colapso seria inevitável se as condições atuais persistirem.
Este estudo joga luz sobre a complexidade e a interconectividade dos sistemas climáticos terrestres, reforçando a necessidade de ações imediatas para enfrentar a crise climática global. Com a AMOC sob risco, os cientistas e formuladores de políticas são chamados a considerar estratégias preventivas para proteger o clima e as sociedades ao redor do mundo.
Com informações da CNN Internacional
Mário Raposo da Silva Junior
18/02/2024 - 09h14
Acontecerá igual ao filme um dia depois de amanhã onde metade do planeta volta a era do gelo! Já e inevitável! Mas uma vez Hollywood acertou!