O gasto militar global atingiu um patamar sem precedentes em 2023, superando a marca de US$ 2,2 trilhões, conforme divulgado pelo Instituto Internacional de Estudos Estratégicos (IISS), sediado em Londres.
Este aumento de 9% representa o maior volume de despesas militares desde o término da Segunda Guerra Mundial, descontando o período dos conflitos globais do século 20.
Os Estados Unidos mantêm a liderança com 41% do total global, seguidos por China e Rússia, que representam 10% e 5%, respectivamente. Este ano, a contribuição norte-americana para o setor defensivo ultrapassou a soma dos gastos dos 14 países seguintes no ranking.
A OTAN, sob comando dos EUA, registrou um expressivo aumento em seus gastos militares, impulsionado principalmente pela Guerra na Ucrânia, marcando um crescimento real de quase 40% em relação ao ano anterior.
A Polônia e a Alemanha destacam-se dentro da aliança, com promessas de investimento de 4% e 1,57% de seus PIBs em defesa, respectivamente.
A Índia ultrapassou o Reino Unido, assumindo a quarta posição com 3,3% dos gastos globais. Quando ajustados pela Paridade de Poder de Compra, os investimentos da China e da Rússia sobem significativamente, refletindo a intensificação de seus esforços militares.
O IISS também destacou a crescente militarização da economia russa, com um aumento real de 18,6% em seus investimentos, evidenciando a preparação para um conflito prolongado contra a Ucrânia.
Segundo o instituto, a Rússia enfrenta grandes perdas militares, mas ainda possui capacidade de manter seus esforços de guerra com base em seus estoques.
A análise abordou ainda o cenário de guerra assimétrica, como demonstrado na guerra Israel-Hamas e nos ataques houthis no Mar Vermelho, ressaltando a importância da inovação e táticas não convencionais.
Os desenvolvimentos no Indo-Pacífico, com destaque para a aliança militar entre EUA, Austrália e Reino Unido, são vistos como um novo impulso para a corrida armamentista na região, que viu um aumento de 5% em seus gastos militares.
O Brasil avançou para a 14ª posição no ranking global, com a particularidade de que 80% de suas despesas militares foram destinadas a pessoal, ativo e inativo, diferindo dos critérios utilizados pela OTAN.
O relatório do IISS aponta para a complexidade de mensurar precisamente os gastos militares em algumas nações, devido à diversidade metodológica e à falta de transparência em países como Síria, Coreia do Norte e Venezuela.
Em termos de efetivos, houve estabilidade global, com Rússia e Ucrânia aumentando suas forças armadas, enquanto o total mundial se mantém em 20,6 milhões de militares, incluindo 367 mil no Brasil.
Com informações da Folha
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