A visita de Javier Milei a Israel tem gerado intensas reações. O presidente argentino tem sido alvo de críticas por sua proximidade com posições políticas controversas e sua postura em relação ao genocídio palestino promovido por Israel.
No contexto da visita de Milei, Israel enfrenta convulsões internas decorrentes da mobilização contra o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, que está em uma situação política delicada.
A presença de Milei na região despertou atenção, principalmente devido à sua postura em relação a questões sensíveis, como a transferência da embaixada argentina para Jerusalém, vista por muitos como uma provocação no cenário internacional.
Daniel Kupervaser, jornalista argentino radicado em Israel, relatou ao Página 12 a percepção divergente sobre Milei na sociedade israelense.
Enquanto alguns o veem como um verdadeiro amigo de Israel, disposto a fortalecer os laços entre os dois países, outros o consideram um político extravagante que busca benefícios pessoais em meio a circunstâncias políticas delicadas.
A visita de Milei também foi repudiada pelo “Coletivo Israelita Argentino”, que rejeitou sua proximidade com setores extremistas e messiânicos, enfatizando que ele não representa os judeus argentinos. O grupo declarou:
“Repudiamos o uso e abuso da apropriação da identidade judaica por Milei e dizemos que Milei não representa os judeus. Rejeitamos a visita, entendendo que visa aprofundar os laços com a direita extremista e messiânica, o que apenas acentuará os conflitos existentes na região”.
A preocupação com a apropriação da identidade judaica por Milei é compartilhada por muitos, incluindo Pablo Méndez Shiff, outro jornalista argentino em Israel, que destaca a utilização de símbolos e escrituras judaicas para justificar posições políticas regressivas.
Além das críticas internas, a visita de Milei ocorre em um momento de grande instabilidade na região, com incertezas sobre o futuro político de Netanyahu e o desenrolar do conflito israelo-palestino.
Embora alguns analistas considerem a influência de Milei como simbólica e de pouco impacto real no quadro geopolítico, sua postura pode ter repercussões significativas no âmbito político e religioso, tanto em Israel quanto na Argentina.