No acumulado dos últimos 12 meses até janeiro de 2024, o Brasil registrou um saldo comercial espetacular de US$ 103 bilhões, um aumento significativo em relação aos US$ 63,9 bilhões do mesmo período anterior, conforme dados do Comex Stat, vinculado ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). Este crescimento de US$ 39,3 bilhões no superávit é em grande parte devido ao comércio com a China, que contribuiu com US$ 23,7 bilhões.
Em janeiro de 2024, as exportações brasileiras alcançaram US$ 27,02 bilhões, marcando um aumento de 18,5% em relação ao mesmo mês do ano passado, enquanto as importações sofreram uma leve redução de 0,1%, totalizando US$ 20,49 bilhões. Esse movimento resultou em um superávit de US$ 6,53 bilhões, um salto de 185,6% em comparação a janeiro de 2023. Além disso, a corrente de comércio, que engloba tanto exportações quanto importações, atingiu US$ 47,5 bilhões, refletindo um aumento de 9,7%.
Os recordes alcançados em janeiro, tanto nas exportações, no saldo comercial, quanto na corrente de comércio, foram destacados por Herlon Brandão, diretor do Departamento de Planejamento e Inteligência Comercial da Secretaria de Comércio Exterior do MDIC, indicando um início de ano promissor para a economia brasileira.
A força das exportações se deve principalmente ao desempenho da indústria extrativa, que cresceu 53,3%, totalizando US$ 8,16 bilhões em janeiro.
Destacam-se neste setor os minérios de cobre (com aumento de 100,9%), minério de ferro (56,9%) e óleos brutos de petróleo (53,4%). Na agropecuária, houve um aumento de 21%, somando US$ 4,29 bilhões, com soja, algodão bruto e café não torrado liderando o crescimento. A indústria de transformação também apresentou aumento, de 4,6%, alcançando US$ 14,45 bilhões, com açúcares, farelos de soja e óleos combustíveis de petróleo liderando as exportações.
Quanto às importações, a indústria de transformação viu um crescimento de 2,4%, chegando a US$ 18,66 bilhões em janeiro, enquanto a indústria extrativa apresentou a maior queda, de 27,6%, totalizando US$ 1,19 bilhão. A queda nas importações foi influenciada pela redução na compra de produtos como cevada, cacau e milho não moído na agropecuária; minérios de cobre e óleos brutos de petróleo na indústria extrativa; e compostos organo-inorgânicos e medicamentos na indústria de transformação.
Este panorama comercial reflete a crescente importância da relação com a China para o superávit comercial brasileiro, além de evidenciar um cenário de crescimento nas exportações impulsionado pelo volume, apesar da queda nos preços médios das commodities. A expectativa de uma safra menor este ano poderá impactar as exportações e o saldo comercial, reforçando a dependência do desempenho econômico da China para os resultados futuros da balança comercial do Brasil.
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