33 mandados de busca e quatro de prisão preventiva são executados, além de outras medidas cautelares. A PF indica que o grupo promoveu a disseminação de notícias falsas sobre fraude eleitoral.
Nesta quinta-feira (8), a Polícia Federal iniciou a execução de 33 mandados de busca e apreensão e quatro mandados de prisão preventiva contra indivíduos acusados de participar em uma tentativa de golpe de Estado para manter o ex-presidente Jair Bolsonaro no poder.
Os mandados estão sendo cumpridos em estados como Amazonas, Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Ceará, Espírito Santo, Paraná, Goiás e no Distrito Federal, visando um grupo que, segundo a PF, organizou-se em núcleos para promover falsas alegações de fraude nas eleições presidenciais de 2022, incentivando uma potencial intervenção militar sob a forma de uma milícia digital. Além das ações de prisão e busca, estão sendo impostas 48 medidas cautelares, incluindo a proibição de comunicação entre os investigados, a apreensão de passaportes e a suspensão de funções públicas.
Embora a PF não tenha especificado todos os nomes envolvidos, a TV Globo revelou que entre os alvos de restrições está o ex-presidente Jair Bolsonaro, que deve entregar seu passaporte às autoridades dentro de 24 horas.
Os mandados de prisão preventiva foram expedidos contra:
- Filipe Martins, ex-assessor especial de Bolsonaro;
- Marcelo Câmara, coronel do Exército implicado em diversas investigações, incluindo a venda de presentes oficiais e supostas fraudes nos cartões de vacina da família Bolsonaro;
Adicionalmente, conforme informações da GloboNews, estão sendo realizadas buscas contra figuras como Valdemar Costa Neto, presidente do PL, almirante Almir Garnier Santos, ex-comandante-geral da Marinha, general Stevan Teófilo Gaspar de Oliveira, ex-chefe do Comando de Operações Terrestres do Exército, e Tércio Arnaud Thomaz, ex-assessor de Bolsonaro e membro do denominado “gabinete do ódio”. Os mandados foram autorizados pelo ministro Alexandre de Moraes do Supremo Tribunal Federal (STF).
Denominada “Tempus Veritatis” pela Polícia Federal, a operação se debruça sobre as atividades do grupo, divididas em dois núcleos principais de conspiração. O primeiro focava na propagação de teorias falsas sobre fraude nas urnas eletrônicas, uma narrativa sustentada pelos investigados desde 2019 e que persistiu após a conclusão das eleições de 2022. O segundo núcleo visava atos que apoiariam a derrubada do Estado Democrático de Direito, contando com o apoio de militares especializados.
O Exército está auxiliando a PF na execução dos mandados relacionados aos militares. Caso confirmadas, as ações investigadas podem resultar em acusações de formação de organização criminosa, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e conspiração para realizar um golpe de Estado.