PF diz que foco do núcleo golpista era obter vantagens com Bolsonaro no poder

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A Polícia Federal (PF) lançou nesta quinta-feira, 8, a Operação Tempus Veritatis com o propósito de investigar os eventos de 8 de janeiro do ano passado, quando militantes bolsonaristas e de extrema direita realizaram invasões e atos de vandalismo contra as sedes dos Três Poderes em Brasília.

A operação tem como foco desmantelar uma suposta organização criminosa acusada de tentar executar um golpe de Estado e subverter o Estado Democrático de Direito, buscando benefícios políticos pela continuidade do mandato do então presidente da República.

A ação da PF envolve a execução de 33 mandados de busca e apreensão, quatro mandados de prisão preventiva e 48 medidas cautelares diferentes da prisão.

Dentre os visados estão figuras militares e ex-assessores próximos ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), incluindo os generais Augusto Heleno e Walter Braga Netto, ambos ex-ministros do governo Bolsonaro, que enfrentam mandados de busca e apreensão.

As prisões no âmbito da operação incluem os ex-assessores Filipe G. Martins e Marcelo Câmara. A lista de alvos se estende para incluir Valdemar Costa Neto, presidente do PL, o general e ex-comandante do Exército Paulo Sérgio Nogueira, e o ex-ministro da Justiça Anderson Torres.

Leia a íntegra da nota da PF!

A Polícia Federal deflagrou nesta quinta-feira (8/2) a Operação Tempus Veritatis para apurar organização criminosa que atuou na tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito, para obter vantagem de natureza política com a manutenção do então presidente da República no poder.

Estão sendo cumpridos 33 mandados de busca e apreensão, quatro mandados de prisão preventiva e 48 medidas cautelares diversas da prisão, que incluem a proibição de manter contato com os demais investigados, proibição de se ausentarem do país, com entrega dos passaportes no prazo de 24 horas e suspensão do exercício de funções públicas.

Policiais federais cumprem as medidas judiciais, expedidas pelo Supremo Tribunal Federal, nos estados do Amazonas, Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Ceará, Espírito Santo, Paraná, Goiás e no Distrito Federal.

Nesta fase, as apurações apontam que o grupo investigado se dividiu em núcleos de atuação para disseminar a ocorrência de fraude nas Eleições Presidenciais de 2022, antes mesmo da realização do pleito, de modo a viabilizar e legitimar uma intervenção militar, em dinâmica de milícia digital.

O primeiro eixo consistiu na construção e propagação da versão de fraude nas Eleições de 2022, por meio da disseminação falaciosa de vulnerabilidades do sistema eletrônico de votação, discurso reiterado pelos investigados desde 2019 e que persistiu mesmo após os resultados do segundo turno do pleito em 2022.continua após o anúncio

O segundo eixo de atuação consistiu na prática de atos para subsidiar a abolição do Estado Democrático de Direito, através de um golpe de Estado, com apoio de militares com conhecimentos e táticas de forças especiais no ambiente politicamente sensível.

O Exército Brasileiro acompanha o cumprimento de alguns mandados, em apoio à Polícia Federal.

Os fatos investigados configuram, em tese, os crimes de organização criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado.

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