As investigações da Polícia Federal (PF) revelaram que não apenas o ex-presidente Jair Bolsonaro e seus aliados estavam empenhados numa verdadeira escaramuça contra a democracia que iria além da suspeição das eleições ou prisão de chefes de poderes, a coisa era muito pior.
A decisão do Supremo Tribunal Federal revelou “diálogos entre alguns militares supostamente golpistas que sinalizavam a expectativa de que medidas radicais tivessem que ser adotadas a fim de reverter o resultado do pleito […] emergindo, inclusive, a tática de investir contra militares não alinhados às iniciativas de golpe, também por meio de disseminação de notícias falsas, tudo com o objetivo de incitar os integrantes do meio militar a se voltarem contra os comandantes que se posicionam contra o intento criminoso”.
Nas mensagens de WhatsApp acessadas pela investigação, há inclusive uma ordem do general Braga Netto para que o então comandante da Força Aérea Brasileira, o tenente-brigadeiro do ar Carlos de Almeida Baptista Junior, fosse alvo de uma campanha de difamação.
Em outra mensagem o general também ataca o general Marco Antônio Freire Gomes, general do Exército Brasileiro, tendo servido como Comandante do Exército entre março e dezembro de 2022.
Sobre estas mensagens o inquéritto ainda diz:
““Conforme descrito no RAPJ nº 1318017 /2023, o referido áudio foi encaminhado para AILTON GONÇALVES BARROS, possivelmente pelo General VIRGILIO. Em resposta, demonstrando sua relação próxima com militares de alta patente, envolvidos na tentativa de Golpe de Estado, AILTON BARROS encaminha uma mensagem de áudio criticando o “alto comando” das Forças Armadas, especialmente o então Comandante do Exército, General FREIRE GOMES, pelo fato de estar “está dificultando a vida do PR” ao “se colocar contra”. Nesse sentido, mais uma vez, a investigação identifica um elemento informativo ratificando que os investigados tentaram executar um Golpe de Estado, para manter o então
Presidente JAIR BOLSONARO no poder, que não se consumou por circunstâncias alheias a suas vontades”.
A promoção da quebra de hierarquia como caminho para viabilizar uma escaramuça contra a democracia no Brasil é um projeto antigo do bolsonarismo e uma tese que foi defendida pelo prosélito de extrema direita Olavo de Carvalho (falecido), o ideólogo era um dos principais mentores de Filipe Barros, que foi assessor do ex-presidente Bolsonaro e um dos alvos dos mandados de prisão expedidos na manhã desta quinta-feira (8).
Geovana Maia
08/02/2024 - 12h55
Nem nos meus melhores sonhos acreditei nesse momento. Militares golpistas sendo devidamente investigados para responder por seus crimes comuns na JUSTIÇA COMUM. Deus é brasileiro!