16 oficiais de alta patente, aliados de Bolsonaro, estão sob a mira da PF por conspiração golpista

Divulgação

A Polícia Federal iniciou uma operação hoje, quinta-feira (8), focada em 16 membros das Forças Armadas sob suspeita de envolvimento na concepção de um golpe de Estado para favorecer a permanência do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no cargo.

Após a derrota de Bolsonaro no segundo turno das eleições presidenciais de outubro de 2022, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi empossado presidente em 1º de janeiro de 2023. Bolsonaro não realizou a tradicional passagem de faixa presidencial e, no período entre a eleição e a posse, houve atos extremistas incluindo bloqueios de estradas e tentativas de invasão à sede da PF em Brasília, questionando o resultado das eleições.

De acordo com as investigações, os militares investigados dividiram-se em duas frentes principais de atuação:

  • A primeira envolveu a criação, propagação e intensificação de informações falsas sobre a integridade das eleições presidenciais de 2022, com o objetivo de motivar apoiadores a concentrarem-se em frente a quartéis e instalações militares, criando as condições ideais para a execução de um golpe de Estado. O inquérito indica que o grupo buscava incentivar a adesão de outros militares à causa, utilizando-se diretamente ou por meio de influenciadores digitais.
  • Segundo a PF, a outra frente de atuação consistia em dar suporte às iniciativas golpistas através de reuniões e planejamento de ações para sustentar os acampamentos montados em frente aos quartéis, o que incluía mobilização, logística e financiamento por parte de militares das Forças Especiais.

Alguns dos militares alvo da operação:

  • Marcelo Câmara, coronel do Exército investigado em casos como a venda de presentes oficiais durante a gestão Bolsonaro e supostas fraudes nos cartões de vacina da família Bolsonaro;
  • Almirante Almir Garnier Santos, ex-comandante-geral da Marinha;
  • General Stevan Teófilo Gaspar de Oliveira, ex-chefe do Comando de Operações Terrestres do Exército.

A operação “Tempus Veritatis” (hora da verdade, em latim) executa 33 mandados de busca e apreensão e quatro mandados de prisão preventiva em nove estados e no Distrito Federal, incluindo:

  • Amazonas
  • Rio de Janeiro
  • São Paulo
  • Minas Gerais
  • Mato Grosso do Sul
  • Ceará
  • Espírito Santo
  • Paraná
  • Goiás
  • Distrito Federal

Além dos militares, o ex-presidente Jair Bolsonaro e seus aliados também são investigados nesta operação, com destaque para:

  • Filipe Martins, ex-assessor especial de Bolsonaro;
  • Valdemar Costa Neto, presidente do PL, partido pelo qual Bolsonaro concorreu à reeleição;
  • Tércio Arnaud Thomaz, ex-assessor de Bolsonaro e um dos principais nomes do “gabinete do ódio”.

Os mandados foram autorizados pelo ministro do STF, Alexandre de Moraes, incluindo 48 medidas cautelares como a proibição de contato entre os investigados, apreensão de passaportes e suspensão de funções públicas.

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