Diálogos tornados públicos na “operação spoofing” revelam que o ex-procurador e deputado federal cassado Deltan Dallagnol já considerava, em outubro de 2015, o repasse de valores oriundos de acordos de leniência da “lava jato” para a ONG Transparência Internacional.
Esses acordos estavam relacionados a uma ação envolvendo a Petrobras. Dallagnol mencionou a possibilidade de um “assets sharing” (repasse de ativos, em tradução livre) referente às multas decorrentes do processo contra a estatal petroleira. A informação foi divulgada pelo Jornal GGN.
Os diálogos, datados de 8 de outubro de 2015, fazem parte dos processos que investigam as relações entre membros do Ministério Público Federal e a ONG Transparência Internacional, destacando uma possível colaboração entre Dallagnol e a organização desde 2015.
A transcrição das conversas, mantidas em sua forma original, foi exposta como parte da investigação conduzida pela “operação spoofing”.
Leia a íntegra da conversa!
08:36:16 Deltan Caros hoje tem reunião com americanos 9.30 sobre empresas estrangeiras, inclusive Petrobras
08:41:40 Ontem falamos com eles sobre assets sharing da multa e perdimento associados associados à ação deles contra à Petro, e em parte desses valores há alguma perspectiva positiva. Contudo precisamos de alguém que se disponha a se disponha a estudar e bolar um destino desses valores que agradaria a todos, como um fundo, entidades contra a corrupção, o sistema de saúde público, fundo de direitos difusos, fundo penitenciário, órgãos públicos que combatem corrupção e transparência internacional Brasil ou contas abertas etc. Minha sugestão é propor uma composição de 5 destinos diferentes, porque o valor é muito alto e dará maleabilidade. Se não gostarem de dado destino, basta recompor a divisão Quem se propõe a estudar possíveis destinos? Isso terá de ser num segundo momento, se for o caso, levado a outras instâncias, mas e importante termos boas propostas e com uma justificativa de 5 linhas para cada. É algo bavanisso, uma experiência única de possível assets sharing
Nelson
08/02/2024 - 00h21
Este elemento é o mesmo que se apresenta como impoluto, probo, ilibado, incorrupto, virtuoso, honesto, que se diz temente a Deus, e que, junto a Sérgio Moro e outros, estaria a livrar o povo brasileiro da detestada chaga da corrupção.
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Os órgãos da mídia hegemônica têm o maior alcance e a maior capacidade de formar opinião entre os mais de 200 milhões de brasileiros. Lamentavelmente, como nada temos de livre imprensa nessa mídia hegemônica, este ser desprezível permanecerá, por meses, anos ou mesmo décadas, na memória de muitos milhões como um baluarte da luta contra a corrupção.
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Os órgãos da mídia hegemônica eram sabedores dos métodos espúrios utilizados por Dallagnol, Moro e seus asseclas. Ainda assim, os alçaram a heróis nacionais do combate à corrupção.
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Agora essa mesma mídia se recusa a noticiar revelações desse tipo com a mesma eloquência e repetidamente (à moda Goebbels) com que divulgou os feitos que teriam sido “heróicos” dessa camarilha.